DE QUEM É A VITÓRIA?

Uma música de Sérgio Lopes, diz: Clama Israel Ele te ouvirá, o inimigo te libertará. Outra, de autor que desconheço, diz: a vitória é daquele que clamar. E outra ainda, diz: Quem nos resistirá? Se a palavra de vitória já foi liberada a nós?

De quem será mesmo a vitória?

Antes do clamor, que é até lema de campanha (clamor da fogueira santa de Israel), é requerido algo. O que será? Será cântico, será voto, será dízimo?

As Escrituras têm a resposta. Na ordem das coisas necessárias para que Deus ouça o Seu povo, está o que foi inspirado a Salomão:

“Se eu cerrar os céus, e não houver chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra; ou se enviar a peste entre o meu povo; e se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” II Co. 7:13 e 14.

Como vimos, os juízos de Deus sobre o seu povo são em decorrência da transgressão desse povo. E a primeira condição imposta por Deus para ouvir o seu povo nessa situação é a humildade, assim como Ele requer conversão dos seus maus caminhos. E o Senhor diz pelo profeta: “Porque os vossos pensamentos não são os meus pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos.” Is. 55:8.

E conforme inspirou Deus ao profeta Isaias, antes do jejum há que: se soltar as ligaduras da impiedade, se desfazer as ataduras do jugo, deixar livre os quebrantados, e despedaçar todo o jugo.” Is. 58:6. O que será o soltar as ligaduras da impiedade? É não estar a ela ligado pelos laços da transgressão. É renunciá-la. Mas como? Como disse o Espírito ao profeta: “Corra a justiça como ribeiro impetuoso.” Am. 5:24.

Já que a nossa justiça, a humana, é como trapo de imundícia para Deus(Is. 64:8), qual a que Ele requer? A prática da Sua própria justiça, da qual fala inspiradamente o profeta: “A Tua justiça” Is. 59:16. E a qual diz o salmista ser eterna. Sl. 119:142, p.parte.

Elias clamou e foi ouvido, porque estava em harmonia com o Senhor Deus, observando os seus mandamentos.

Mas, caso não haja a observância da justiça eterna, os mandamentos do Senhor, o louvor que se pretender ofertá-lo será rejeitado, veja: “Retira o estrépito do teu cântico de diante de mim.” Am. 5:23.

Disse o Senhor por Amós: “Transgredi e vinde a Betel; multiplicai as transgressões e vinde a Gilgal; e cada manhã trazei os vossos sacrifícios, e de três em três dias os vossos dízimos. E oferecei sacrifício de louvores do que é levedado, e apregoai sacrifícios voluntários, publicai-os; porque disso gostais, ó filhos de Israel.” Am. 4:4. “Corra porém o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso.” Am. 5:24.

Falou mais o Senhor pelo profeta: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido agravado, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos de iniqüidade; os vossos lábios falam falsamente, a vossa língua pronuncia perversidade. Ninguém há que clame pela justiça, nem ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam na vaidade, e andam falando mentiras; concebem o trabalho, e produzem a iniqüidade.” Is. 59:1-4.

Por isso disse mais o Senhor: “Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados. Todavia me procuram cada dia, tomam prazer em saber os meus caminhos; como um povo que pratica a justiça, e não deixa o direito do seu Deus, perguntam-me pelos direitos da justiça, têm prazer em se achegar a Deus, dizendo: porque jejuamos, e tu o não sabes?” Is. 58:1-3, p.parte.

Tal como no passado, hoje também se procede da mesma maneira: busca-se a Deus de forma lisonjeira. Mostra-se prazer em se informar do caminho do Senhor, mas rejeitam a Sua justiça e a Sua verdade, os seus mandamentos.

Assim, os requisitos para a vitória são os requeridos pelo próprio Deus, e não há como fugir a régra imposta por Ele mesmo, que é sábio e que já tem determinado o modo como servi-lo e adorá-lo. Por isso Ele disse à mulher samaritana à beira do poço de Jacó: Porque o Pai busca os verdadeiros adoradores, que o adorem em espírito e em verdade. Jo. 4:23. Em espírito é com a mente ligada nele, e em verdade é cumprindo a sua verdade, os seus mandamentos. Assim, Ele inspirou a Salomão, que disse: “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.” Pv. 28:9.

Muito do que se propala como vitória é por causa da Sua benignidade, que dura para sempre. Não são frutos de méritos dos que as recebem, mas concessão daquele que satisfaz a todos.

Por isso diz o Senhor pelo profeta Ezequiel: “Dizeis porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos? Contudo, diz a casa de Israel: O caminho do Senhor não é direito. Não são os meus caminhos direitos, ó casa de Israel? E não são os vossos caminhos torcidos? Ez. 18:25 e 29.

Que a sua vitória decorra da sua obediência. Ou viva uma vida de vitórias. Mas vitória com justiça e verdade, as quais Deus ama, e nós também devemos amá-las, praticando-as.