O pecado segundo o catolicismo
O catolicismo faz distinção entre pecado mortal e pecado venial. Segundo esta posição, Pecado Mortal é “pecado que causa morte espiritual”, e Pecado Venial é “pecado que pode ser perdoado”. Pecados mortais são aqueles pecados que excluem as pessoas do Reino; pecados veniais são aqueles pecados que não excluem as pessoas do Reino. Pecado venial se diferencia de pecado mortal na pena que se impõe. Pecado venial acarreta pena temporal expiada pela confissão ou pelas tormentas do purgatório, enquanto pecado mortal merece morte eterna.
No Catecismo da Igreja Católica encontramos esta descrição de pecado mortal: “Para que um pecado seja mortal, três condições devem ser juntamente alcançadas: Pecado mortal é o pecado cujo objeto é matéria grave e que é também cometido com pleno conhecimento e consentimento”. De acordo com o Catecismo, “a matéria grave é precisada pelos Dez Mandamentos...” O Catecismo, mais além, afirma que o pecado mortal “Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno...”
Em relação ao pecado venial, o Catecismo afirma o seguinte: “Comete-se um pecado venial quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita pela lei moral, ou então quando se desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem pleno conhecimento ou sem pleno consentimento. O pecado venial enfraquece a caridade; traduz uma afeição desordenada pelos bens criados; impede o progresso da alma no exercício das virtudes e a prática do bem moral; merece penas temporais. O pecado venial deliberado e que fica sem arrependimento dispõe-nos pouco a pouco a cometer o pecado mortal. Mas o pecado venial não quebra a aliança com Deus. É humanamente reparável com a graça de Deus. Não priva da graça santificante, da amizade com Deus, da caridade e nem, por conseguinte, da bem-aventurança eterna."
Não existe nenhum apoio na Bíblia para esta classificação. O que existe, e devemos reconhecer, é que no Antigo Testamento há distinção entre os pecados cometidos por errar, ou seja, sem querer, para os quais se ordenavam sacrifícios de expiação (Nm 15.22-29); e os cometidos com temeridade, por desprezo à palavra do Senhor. As pessoas que os cometiam deviam ser banidas do povo (Nm 15.30,31).
Quanto ao Novo Testamento, ensina que há graus de responsabilidade pelos pecados, geralmente em consideração à luz que se tenha sobre o pecado especifico (Lc 12.47,48; Jo 9.41; ITm 1.13), mas todos os pecados tornam o homem culpado diante de Deus.