Sobre a origem do pecado...
Ensina-nos a Bíblia que o homem foi feito à imagem de Deus; conforme Gênesis 1:27. Esta semelhança do homem com Deus tem duas faces: a natural e a moral.
Entende-se por semelhança natural o fato de o homem ter sido criado com os mesmos poderes pessoais que constituem a personalidade de Deus, isto é, ele é pessoa como Deus é pessoa. Os poderes que constituem estas pessoas são: o poder, de pensar, o de querer, o de amar, o de conhecer-se a si mesmo e o de dirigir-se a si mesmo. Enquanto Deus é Espírito ou Pessoa Infinita; o homem é espírito ou pessoa humana finita. Esta semelhança o homem não perdeu na queda, e já podemos dizer que, neste ponto, ele ainda é semelhante a Deus. É importante salientar que Deus e o homem não são semelhantes quanto às suas naturezas, porque a natureza de Deus é divina, ao passo que a do homem é humana.
Além da semelhança natural a que nos referimos, o homem foi também criado moralmente semelhante a Deus. Por semelhança moral entende-se que o caráter do homem era semelhante ao caráter de Deus. Por isso é que estamos diante deste problema da origem do pecado. Como é que o pecado se originou num ser criado natural e moralmente semelhante a Deus? Não podemos explicar a origem do pecado. Mas, ainda assim, a Bíblia nos ensina que o homem deixou entrar o pecado neste mundo. Ele abusou tanto de sua liberdade como dos seus poderes pessoais: escolheu o mal e rejeitou o bem. Segundo as condições em que foi criado, era de se esperar que o homem escolhesse o bem. Mas não foi o que aconteceu. Deus fez o máximo que lhe era possível fazer no sentido de garantir o bom êxito da escolha que esse ser livre teria de fazer. Não obstante, o homem escolheu, livre e voluntariamente, o mal. E daí, dessa escolha livre e deliberada, originou-se o pecado. “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Romanos 5:12).