As causas da Reforma.

POR: JOÁS ARAÚJO SILVA.

AS CAUSAS DA REFORMA

Entre os muitos fatores que causaram a Reforma Protestante, ressaltaremos os mais relevantes, os que julgamos ser os mais pertinentes. Entre eles o “FATOR RELIGIOSO; FATOR SOCIOECONÔMICO E O FATOR POLÍTICO”. O objetivo aqui é mostrar como se deu o inicio para a construção e pleno estabelecimento da Reforma, mediante pesquisas de diversos historiadores, é que iremos apontar “as causas da reforma” neste ASSUNTO.

1.1. FATOR RELIGIOSO:

As causas originais do pensamento reformista são apontadas como os motivos primários que resultaram no “Fator Religioso”. Podemos citar três motivos: A corrupção do clero; a ignorância do clero e o aumento dos estudos religiosos.

1.1.1. Corrupção do clero:

Informações indispensáveis quanto à corrupção do clero Romano podem ser vista pela abordagem deste estudioso,

O papa reinante, Leão X, em razão da necessidade de avultadas somas para terminar as obras do templo de S. Pedro em Roma, permitiu que um seu enviado, João Tetzel, percorresse a Alemanha vendendo bulas, assinadas pelo papa, as quais, dizia, possuíam a virtude de conceder perdão de todos os pecados, não só aos possuidores da bula, mas também aos amigos, mortos ou vivos, em cujo nome fossem as bulas compradas, sem necessidade de confissão, nem absolvição pelo sacerdote. Tetzel fazia esta afirmação ao povo: “Tão depressa o vosso dinheiro caia no cofre, a alma de vossos amigos subira do purgatório ao céu”. “Lutero, por sua vez, começou a pregar contra Tetzel e sua campanha de venda de indulgências, denunciando como falso esse ensino”. (JESSE LYMAN, 1979, p. 141).

1.1.2. Ignorância do clero:

A maioria do clero Romano demonstrava absoluta falta de preparo para funções ora religiosas. A ignorância e o mau comportamento do clero representavam sério problema, pois a Igreja dizia que os sacerdotes eram os intermediários entre os homens e Deus. Ora, se esses intermediários se mostravam ignorantes e incompetentes, era preciso buscar novos caminhos para o encontro com Deus.

1.1.3. Aumento dos estudos religiosos

Segundo Jessé Lyman (1979, p. 140), “A imprensa possibilitou o uso comum das Escrituras, e incentivou a tradução e a circulação da Bíblia em todos os idiomas da Europa”. A divulgação dos textos sagrados segundo este mesmo historiador contribuía para influenciar as pessoas a entenderem as condições reais do papado, pois as pessoas que liam a Bíblia, protestante se convenciam de que a Igreja papal estava muito distanciada do ideal do Novo Testamento (JESSE LYMAN, 1979, p. 140).

1.2. FATOR SOCIOECONÔMICO:

As mudanças na estrutura social aumentaram a decepção das pessoas com a Igreja Romana (CAIRNS, 2008, p. 255). A concepção teológica da Igreja, desenvolvida durante o Período Medieval, estava adaptada ao sistema feudal, que se baseava na economia fechada e na auto suficiência dos feudos, Por isso, a teologia tradicional católica condenava a obtenção do lucro excessivo, da usura, nas operações de comércio, defendendo a prática do preço justo. Segundo Cairns (2008, p. 255), “O surgimento das Cidades e de uma prospera classe media urbana criou um espírito novo de individualismo”. Com a economia da renda obtida os homens foram se libertando aos poucos da escravidão do solo, que era ate então sua principal fonte de alimentação e sustento.

1.3. FATOR POLITICO:

Para Cairns este historiador, ele faz um intróito a esta abordagem, mas acrescentando um pouco mais de idéias a este Fator Político.

O fator político pode ser considerado uma das causas indiretas importantes para a eclosão da Reforma. As novas nações estados centralizadas no noroeste Europeu se opunham a noção de uma Igreja Universal que reivindicava jurisdição sobre a nação estado e seu poderoso governante. O ideal universal colidia com a consciência nacional emergente das classes desses novos estados (CAIRNS, 2008, p. 252).

CONCLUSÃO DO ASSUNTO:

Finalizando a idéia da Reforma e seus fatores gerais que galgaram apoio maciço para o avanço do protestantismo a Reforma deu ênfase na religião pessoal do individuo, sob o sistema romano havia uma porta fechada entre o adorador e Deus, e para essa porta o sacerdote tinha a única chave. O pecador arrependido não confessava seus pecados a Deus; não obtinha perdão de Deus, e sim do sacerdote; somente ele podia pronunciar a absolvição. O adorador não orava a Deus o Pai, mediante Cristo seu Filho, mas por meio de um santo padroeiro, que se supunha interceder pelo pecador diante de um Deus demasiado distante para que o homem se aproximasse dele na vida terrena. Os reformadores derrubaram todas essas barreiras, e guiavam o adorador a Deus como objeto direito de oração, bem assim outorgador imediato do perdão e da graça, como afirma Lyman (1979, p. 150).

Portanto a Reforma protestante foi um grande avanço corajoso de desafios e de conquistas sem igual, onde homens de fé lutaram para defender a causa primaria que era a pureza do evangelho e da igreja.

REFERENCIAS:

CAIRNS, EARLE EDWIN. O Cristianismo através dos Séculos: uma historia da Igreja Cristã. Earle Edwin Cairns. (Tradução: Israel Belo de Azevedo e Valdemar Kroker), 2 Edição, São Paulo: Vida Nova, 2008. 671 p.

DREHER, MARTIN N. A Crise e a Renovação da Igreja no Período da Reforma. Martin N. Dreher. São Leopoldo: Sinodal, 1996. 134 p. (Coleção Historia da Igreja; v. 3).

HURLBUT, JESSE LYMAN. Historia da Igreja Cristã. Jessé Lyman Hurlbut. (Titulo Original em Inglês: The Story of the Cristian Church), São Paulo: Editora Vida, 1979. 255 p.

Joas Araújo Silva
Enviado por Joas Araújo Silva em 01/11/2011
Reeditado em 05/12/2022
Código do texto: T3310650
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