DEUS:OLHA PARA NÓS QUE SOMOS REÚS.
As pessoas em privação de liberdade são réus e sabendo que na maioria das vezes,ou são abandonados pelos familiares por que esses não agüentam mais o sofrimento causado pelos estes ou então a família simplesmente os abandonam porque eles se encontram naquele momento em privação de liberdade,abandonados a própria sorte.Se já é difícil estar cerceado da liberdade,é horrível não ter a família para nos acompanhar.
As coisas ficam mais difíceis para quem não tem família. Tanto para quem se enquadra no primeiro como no segundo motivo, as relações interpessoais de uma pessoa em tal situação ficam abaladas, podendo prejudicá-la ainda mais por não saber lidar com esta dificuldade. Por este motivo, torna-se premente a ressocialização a partir da visita dos familiares e amigos, ao invés de se tentar limitar as visitas dos familiares e amigos como é atualmente. Enquanto isso,quem não tem amigo e muito menos família tem,pede para que essa função seja desempenhada por Deus, o nosso pai que está no céu, pois as pessoas encarregadas para ressocializar não faz senão desumanizar e reificar os encarcerados. Esta coisificação começou a servir como o combustível que propulsiona a criminalidade na sociedade, gerando empregos para o ACE ,porque quanto mais violência há mais pessoas delas se beneficia.Daí o desinteresse do governo em realmente acabar com a criminalidade causada pela violência do próprio governo.A Deus,quem não tem família confia a resolução da sua situação,pedindo que lhe venha a liberdade,a liberdade verdadeira,na qual se terá as oportunidades reais para poder reconstruir a sua vida e a humanidade perdida num sistema falido e incapaz de reeducar ninguém.A morosidade reinante na execução da pena das pessoas em privação da liberdade é gritante onde até os familiares são desrespeitados no atendimento dos “tecnocratas” que trabalham na vara única de execução de fortaleza.A morosidade e a burocratização não são problemas enfrentadas somente por pessoas que não têm família,mas também pelos que têm.As vezes para tentar amenizar as coisas a família se encarrega de levar e trazer os documentos.Por tais razões,quem não tem família ou a tem longe como é o meu caso(e outros estrangeiros),ultrapassam o tempo para concessões de benefícios.Diante desse quadro que se configura a hipocrisia da sociedade ao exigir a não-reincidência criminal das pessoas em privação da liberdade.Pergunto,como deixarão de delinqüir se a eles não são dadas as oportunidades,tanto dentro como fora do sistema?.Na maioria das vezes, em face de essas situações difíceis em que se encontram pessoas presas, só há o recurso ao princípio da escolha do mal menor, segundo a qual, dentre as situações de possibilidades que se apresentam como um mal se deve escolher o mal menor. O mal maior é que o governo não cumpre com suas obrigações de ressocializar e reintegrar essas pessoas à sociedade; o mal menor é que os encarcerados devem fingir que estão sendo ressocializados, embora se saiba que isto de fato não ocorre. Sabemos, entremente,que quando ocorre,é quase exclusivamente por iniciativa e perseverança do próprio apenado com a ajuda de Deus. Exemplo disso é o fato de que pessoas em privação de liberdade tiveram acesso a um curso superior dentro do próprio presídio, o que só aconteceu após ferrenha luta contra forças contrárias. A faculdade estabeleceu um convênio com o presídio ippoo2 para ministrar as aulas para os alunos-internos. No entanto, estes têm sido prejudicadas por alguns maus funcionários que administram o presídio no que diz respeito aos horários preestabelecidos, sem motivos que os justifiquem. Chegam até o absurdo de chamar a iniciativa de curso de nível superior de “(engomologia)” •, uma palavra de baixo calão para denotar o seu descompromisso com a ressocialização. Fato curioso é que as pessoas responsáveis para a humanização de quem está cerceada de liberdade, geralmente age para que essa humanização não aconteça.Usa-se meios espúrios,e coercitivos par obter uma suposta tranqüilidade nas unidades,mas apenas para mascarar a verdadeira realidade existente ali.Um dos mecanismo utilizados é o apelo ao castigo,em que não se deve questionar nada (inclusive as injustiças cometidas pelos agentes prisionais),pois se falar,vai para cela de “castigo” por desobediência.Os internos são punidos sumariamente sem nenhum direito de defesa,especialmente aqueles que se esforçam para cumprir suas obrigações e ousam exigir que seus direitos sejam respeitados.Essa é a realidade carcerária e mais dificultoso ainda para quem não família.