Verdades sobre o arrependimento

Arrependimento não é apenas mudança de pensamento, mas de vida. O verdadeiro arrependimento envolve a pessoa toda, todo o seu ser, toda a sua personalidade. Visto que o arrependimento envolve a personalidade toda, podemos estudar os efeitos do arrependimento em cada um das facetas que a compõem.

Intelectualmente falando, o arrependimento é uma mudança na maneira de pensarmos em Deus, em nosso pecado e em nossas relações com o nosso próximo. O homem arrependido encara tudo sob um novo ponto de vista. Não muda o poder de pensar, isto é, a pessoa não se torna mais inteligente, não adquire capacidade de raciocínio; unicamente transforma o seu modo de pensar. O arrependido condena hoje o que aprovava ontem. Não se enche de razão própria, porque reconhece que toda razão está com Deus, contra quem até então há pecado. Condena-se, ao invés de justificar-se. Medita na lei do Senhor, ao invés de meditar nas coisas materiais.

O arrependimento também abrange certos elementos emocionais. Isto é, ele envolve os sentimentos da personalidade. O homem arrependido dos seus pecados deixa de amar ou apreciar o que antes amava ou apreciava. O prazer deixa de fixar-se nas coisas terrenas deste mundo para descansar nas celestiais. O arrependimento verdadeiro sempre traz esta mudança no poder de sentir, sendo às vezes acompanhado de profunda tristeza. Naturalmente essa tristeza varia de indivíduo para indivíduo, mas há sempre, no arrependimento, esse elemento de tristeza, porque é nesse ato que o homem reconhece que não tem andado bem diante de Deus nem tem correspondido à sua bondade. É quando ele chega a provar que Deus é bom, e a reconhecer-se, ao mesmo tempo, tão ruim, tão ingrato, tão infiel. No arrependimento, portanto, o foco do pensamento humano está em Deus e não nos delitos cometidos. Isto não quer dizer que o arrependido não chora os seus pecados, porque os choram todos os que realmente se arrependem; porém o que entristece mais é a realização da maneira por que se tem orientado até então em relação a Deus.

A mudança na vontade é o terceiro elemento no arrependimento. Antes de arrepender-se, o homem quer fazer a própria vontade, quer andar no seu próprio caminho. No arrependimento, porém, quer ele fazer a vontade de Deus, quer ser dirigido por ele, porque está convencido de que a vontade de Deus é melhor e mais perfeita que a sua. O arrependimento cria um novo propósito na vida do homem. O arrependido decide abandonar o pecado e seguir a Jesus. Esta mudança na vontade do homem é, de fato, o elemento mais importante no arrependimento.

O arrependimento atinge também a consciência do indivíduo, tornando-o consciente do seu pecado diante de Deus. Antes de arrepender-se, não reconhece isto e procura justificar-se, mas, pelo arrependimento verdadeiro, o homem reconhece a sua triste posição diante de Deus. O arrependimento verdadeiro exerce, portanto, grande influência sobre o homem para buscar a salvação.

Consideremos também que a atitude assumida pelo homem no arrependimento torna-se permanente. O arrependido toma a mesma atitude de Deus para com o pecado, e essa atitude é uma coisa fixa e permanente na vida do arrependido. Devido ao fato de que o arrependido tem a mesma atitude que Deus tem a cerca do pecado, todas as vezes em que pecar irá arrepender-se. O arrependimento sempre segue o ato de pecar na vida do cristão genuíno.

Por fim reconhecemos que o arrependimento é o resultado da graça de Deus na alma do pecador. É a bondade de Deus que leva o homem ao arrependimento.

ICCV
Enviado por ICCV em 08/10/2011
Código do texto: T3264503
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.