Contrapondo a teologia de Ário (256-336), Presbítero em Alexandria
Ário, presbítero em Alexandria por volta de 310, foi discípulo de Luciano de Antioquia, que por sua vez, era seguidor de Paulo de Samósata.
Segundo Ário, não era possível a Deus conferir sua essência a qualquer outro, em virtude de ser “uno e indivisível”. Como resultado lógico deste pensamento, o Logos não poderia ter chegado a existir a não ser por um ato de criação. Cristo não podia ser Deus no sentido pleno, fazendo parte da criação. Como resultado, Ário considerava Cristo como um «ser intermediário», menos do que Deus e mais do que homem. Ário, portanto, negava a preexistência do Filho em toda a eternidade, e lhe conferia atributos divinos baseado na graça especial que Cristo recebera do “Deus Pai” e a justiça que manifestou.
As principais críticas dirigidas contra Ário foram a introdução de idéias politeístas e adoração à criatura, bem como destruição da base da salvação por negar a divindade de Cristo. Ário colocou o Logos na categoria dos seres criados. Por também julgar que o Logos devia ser adorado como ser divino, era possível criticar Ário por introduzir idolatria. O Cristo de Ário não podia ter criado o mundo; nem podia ele ser o Senhor da criação. Em conseqüência disto, a cristologia de Ário, repudiava a obra da redenção de Cristo, pois se Cristo não é da mesma substância de Deus Pai, não possui nem pode transmitir o pleno conhecimento de Deus. Se Cristo não é o Senhor da criação, também não podia realizar a obra da redenção. O Filho de Deus em forma humana podia ter derrotado a morte, ter feito expiação pela culpa dos homens, e restaurado o homem à vida e à imortalidade apenas sendo ele da própria essência de Deus, o que não seria o caso do “Cristo Ariano”.