ESQUIZOFRENIA RELIGIOSA
Se a humanidade não tivesse bebido da água da fonte-da-loucura religiosa o mundo todo seria ateu –mais provável mesmo é que esse termo nem existisse! E os religiosos –se existissem! Seriam tratados (tratados literalmente!) assim:
LAUDO PSIQUIÁTRICO PROCEDIDO EM PACIENTE PORTADOR DE PSICOSE PARANÓIDE-ALUCINATÓRIA E ESQUIZOFRENIA RELIGIOSA
Dr. Jean Antonio
Doutorado em neuropsiquiatria
Relatam-se no paciente os seguintes sintomas baseados em observação comportamental e análise clínico-científica:
Paciente profere palavras sem sentido o que afirma ser o “dom das línguas”, o que não procede, pois não comunica a nenhum outro interlocutor do mundo. Quando finalmente volta a sua língua nativa fala coisas que não têm coerência com a realidade agindo de uma maneira muito particular e com jargão próprio, o que caracteriza os sintomas do conhecido retardo mental denominado DISTÚRBIO DE PSICOSE PARANÓIDE-ALUCINATÓRIA E ESQUIZOFRENIA RELIGIOSA. O paciente, doravante denominado simplesmente esquizofrênico religioso ou derivados, tem como base do delírio a crença na existência de uma entidade projetada a que denomina "deus" com características particulares dentre as quais é aquele a quem o mental deve obediência e devoção. Munido de um livro espesso na mão o qual chama de “bíblia” o paciente com esta psicose alucinatória tem como modus operandi a disseminação compulsiva da sua doença mental, agindo como se fosse um vírus e não discriminando indivíduos sãos de outros pacientes portadores. Faz-se imprescindível manter o esquizofrênico religioso separado de indivíduos sãos que sejam suscetíveis, ou, de alguma maneira propensos a sugestão de idéias idiotas, bem como de outros indivíduos portadores da mesma anomalia mental, já que uma das características desse retardo é a recontaminação, a manutenção, ou pior, o agravamento de suas crises e o de outros pacientes já imbecilizados.
Após extensa verificação clínica e científica não foi encontrado até hoje, efetivamente nenhum "deus" ou qualquer outro agente contaminador físico, real, de qualquer natureza (que não em nível psicológico) na massa cefálica dos parvos pacientes portadores de esquizofrenia religiosa, bem como não foi constatado como real nenhum fenômeno decorrido da alegação dessa suposta presença sobrenatural nem abaixo, nem acima do "firmamento" (termo usado pelo mongolóide para se referir ao que claramente deve ser a atmosfera). Está claro no paciente o quadro de delírios alucinatórios, pois hoje mesmo pela manhã, relatou ter ouvido e falado com o seu ser imaginário. O agravante dessa disfunção é que o demente pratica atos baseados nessas alucinações tais como: agredir verbalmente, pessoas que não comungam de sua postura dogmática, incomodar indivíduos sãos que gozam da paz do seu silêncio, fazendo discursos longos e delirantes sobre outras vidas fora a única que se tem conhecimento, e relatando sobre as vantagens de adorar a sua “projeção divina” ao qual o doente atribui "bondade infinita" e muitas outras características bizarras, como estar em todos os lugares e ser invisível e intocável.
É curioso que o louco demonstre particular interesse em criticar assuntos de teor erótico e que condene veementemente pessoas de conduta sexual diferente da sua. Não obstante faça uso dos benefícios da ciência, o inepto é sempre o primeiro a criticar os progressos científicos da humanidade, um contra-senso explícito! O que torna a insanidade mais evidente. Entre gritos exaltados e veias da testa dilatadas, o maníaco condena ao que denomina “inferno” (uma espécie de sala de tortura eterna que seu “bom deus” reserva para as pessoas de quem não gosta) todos os “pecadores”, termo que usa para falar de nós, indivíduos normais e sãos, que obviamente, dada a nossa sanidade mental tem dificuldades para entender tais devaneios. Apesar de se colocar também nessa condição de “pecador”, o débil mental age no pressuposto de não sê-lo, à revelia dos fatos e da realidade, se acha detentor da verdade absoluta e dogmática com a qual convive paranoicamente. Incapaz, é impossibilitado intelectualmente de descrever com coerência a veracidade de seus relatos e, adicionalmente, demonstra transtornos explosivos de personalidade na falta da credibilidade explícita do interlocutor para com suas sandices, por outro lado, parece um excelente meio paliativo fingir credibilidade para temporariamente controlar os ânimos do incapacitado intelectual nervoso, ao que converte automaticamente suas emoções em excessivo entusiasmo de falar mais sobre sua condição de demência. Aconselha-se, por conseguinte, não contrariar o mentecapto afim de que não se estresse, ocasionando maiores problemas para todos no ambiente. Como pode se observar pelos fatos, a disfunção parece bloquear a faculdade emocional do esquizofrênico religioso impedindo-o de notar quando está perturbando o ambiente, no entanto uma teoria tem-se difundido recentemente, a julgar pelo seu comportamento gestual/facial, que o doido deva sentir ondas de prazer ao incomodar os outros (uma característica que se tem relatado nos laudos clínicos de outros pacientes). É flagrante, porém, que a sua idiotia lhe traz forte debilidade para denotar que está sendo ridicularizado por aqueles que o ouve.
Um capítulo à parte se refere ao seu “livro axilar”, o qual costuma tomar como referência para reafirmar o seu comportamento paranóico. O fanático, apesar de tudo, tem a natural habilidade de distorcer a verdade e enganar a si e ao outro, pois, seleciona trechos altamente tendenciosos do seu guia licencioso para confirmar o seu vício mental. Um livro grosso com “pretensões históricas” que, após analisado por estudiosos sérios, foi verificado conter disparidades absurdas! Atípicas em relação à realidade natural e profundamente auto-contraditório. Dentre tantas bizarrices extraordinárias e imoralidades esse livro contém instruções de como proceder com o seu escravo particular, como matar uma mulher adúltera a pedradas na frente de um templo (ou mesmo o seu próprio filho preguiçoso), como invadir e matar gente com uma espada, ferindo a barriga de mulheres grávidas, matando homens e até mesmo bebês inocentes, incluindo os animais. Tudo isso sob a justificativa de que tal povo não acreditava nesse “deus” e sob a clara ordem e o apoio do tal arquétipo doentio que o retardado projeta. O ponto alto desse enredo macabro fica mais dantesco e sádico quando esse personagem macabro ordena preservar dessa terra invadida somente as virgens as que, claro, foram feitas para serem “defloradas” e tomadas como esposas desses invasores “escolhidos”.
O psicótico religioso, nos seus casos mais extremos também desenvolve dentre outros atrasos conceituais a idéia de que a mulher deve ser submissa ao homem, pois está registrado no “guia-de-suvaco” como pode ser apelidado. O que de mais bonito esse livro “cheiroso” tem a dizer, é sobre o filho desse tal “deus”, que em forma de gente vem à terra para morrer tragicamente pregado em uma cruz “porque não há um só justo sobre a terra” (SIC)! E para demonstrar bondade o “vilão-mor” mata o próprio filho para salvar a humanidade. A catarse da história vem no final avassalador em que é revelada a verdade: que o filho debilóide desse tal “deus” era na verdade ele mesmo! Por isso ressuscitou em três dias! Ele são iguais e diferentes ao mesmo tempo! –Completamente insano. Claro que o paciente néscio nega existirem no seu livreco os relatos ruins ou, de outra maneira, protesta serem estes fruto de uma má interpretação do leitor que é imperfeito, podendo até mesmo acusar o leitor cético, de louco! Daí se nota o grau de complexidade em tratar tal paciente insensato! –Francamente... Felizmente, apesar de tudo existem casos com nuanças de gravidade, havendo mais freqüentemente casos de pacientes autistas que podem conviver normalmente em meio às pessoas normais, são esquizofrênicos religiosos, mas, são mansos nesses casos. No entanto, em termos de reabilitação total, a esquizofrenia religiosa é quase irreversível para ser completamente sanada.
Algumas questões retóricas são pungentes sobre todo esse contexto, o que seria desses infaustos se não fosse a ciência psiquiátrica para livrá-los da “mão da pesada da lei”, quando eles andam livremente com um livro imoral que prega a desordem e alienação? Onde estão as autoridades que não proíbem ou, ao menos, restringem o porte desse livro bélico a pessoas comprovadamente sãs? Será porque tem partes boas? O Corão também tem, mas as Torres Gêmeas caíram? Análoga à esquizofrenia ocidental existe a oriental, esse é um mal que se generaliza. Aqui, alguns até impedem a transfusão de sangue para salvar a vida dos seus próprios filhos! Mas o que esperar mesmo desse tipo de alienação? Porque justamente nós da psiquiatria acreditamos na importância do humano e tentamos reabilitar esses loucos intolerantes à nossa sociedade, fazendo entenderem a enfermidade que carregam e que os impede de enxergar a realidade.
O tratamento do paciente de esquizofrenia religiosa é administrado em base a leituras cavalares (caso saiba ler) de autores consagrados tais como: Marx, Nietzsche, Sartre, Darwin, Hawking e principalmente Dawkins e Sagan. Foi relatado que a chance de cura é maior em alienados mais jovens, talvez pelo fato de que a corrosão cerebral nesse estágio não tenha chegado a seus estados mais severos. Se possível, junto ao acompanhamento, seria de muita valia um profissional de “conhecimentos científicos diversos” para elucidar algumas questões trazidas pelos autores. Deve-se evitar, contudo, histórias mitológicas tais como: Papai-Noel, duendes em geral, Rede-Globo e políticos honestos, coisas para as quais imbecil tem muita facilidade de assimilação dado o alto grau de demência que a doença inflige à mente do paciente, deixando serias seqüelas. Evidentemente também se deve evitar a qualquer custo o livro desprezível, sob o custo de comprometer totalmente o tratamento. Antagonicamente, no entanto, esse mesmo objeto abjeto será de grande valia no raro caso em que o tratamento seja um sucesso ao fim de tudo, ora que a realidade lhe cairá como um balde de água fria! Fazendo-o refletir lucidamente sobre todo o tempo que perdeu acreditando e agindo no pressuposto desse “poço de dejetos fecais” e podendo até mesmo vir o ex-débil a alistar-se rumo à cura de outros pacientes. De qualquer modo é mister ressaltar que não se deve subestimar a gravidade dessa doença mental, a história tem muito bem relatado que muitos pacientes outrora, com o mesmo tipo de delírio mental, chegaram a casos bem mais extremados de violência, praticando homicídios em série ou até mesmo genocídios homéricos.
O caso mais curioso de tudo, é que apesar de poder ser atestado como portador de grave insanidade, o paciente não rasga dinheiro, muito pelo contrario demonstra interesse, até demais, por esse artigo!
Dr. Jean Antonio
;-)