DEVOÇÃO MARIANA NO BEATO JOÃO PAULO II
 
O Papa João Paulo II, aqui no Brasil cognominado (apelidado) João de Deus, é uma dessas figuras fantásticas que, por graça de Deus, aparecem raramente na face da terra. Sua biografia é de uma precisão que poucos a têm; seja no quesito humanidade seja no quesito Igreja, fé, piedade e outras virtudes, louváveis até por seus opositores, porque de fato, tornou-se um exemplo a ser admirado e seguido sem sobra de dúvidas. Por exemplo, no que diz respeito às suas visitas apostólicas, percorreu 129 países em 27 anos de pontificado sempre com uma mensagem precisa de fé anunciando Jesus Cristo, como Senhor do universo e de toda vida; um verdadeiro e incansável profeta dos últimos tempos. Já no campo político, foi responsável pela queda do comunismo no Leste Europeu a começar por sua terra a Polônia, passando pela queda do muro de Berlim e findando com a volta da Rússia à democracia; feitos inéditos para um homem simples, só explicados pela sua dedicação ao Reino de Deus e sua devoção e consagração à Mãe de Jesus e nossa Mãe. “No entanto, haverá ainda outras atitudes de Karol Wojtyla, outros acontecimentos também dignos de memória. Eles também são história e devem ser lembrados. São fatos praticados por esse Servo de Deus, agora beato, que ainda continuam a render bons frutos nessa Terra e terão desdobramentos no Céu, eternamente”.
 
Seguramente, o que mais chama a atenção na vida do Beato João Paulo II em sua piedade, é sua devoção a Virgem Maria, a Mãe de Jesus. “Na verdade, a relação de Karol Wojtyla com Nossa Senhora começou quando ele era menino. Sua mãe terrena morreu quando ele tinha sete anos e o pequeno órfão logo habituou-se a rezar diariamente junto a uma imagem de Nossa Senhora de sua paróquia. Karol desabafava suas alegrias, tristezas e esperanças diante da Mãe Celestial, tal como faria com a sua mãe e, talvez, até com mais confiança. De Nossa Senhora sua alma de criança recebia compreensões e afagos que só a melhor das mães sabe dar. Tendo nascido e vivido na Polônia onde a maioria de seus compatriotas veneram a Virgem de Czestochowa, padroeira de sua abençoada e mariana terra, esta relação cresceu ao longo da sua existência acompanhando-o em sua formação e durante a vida de sacerdote. Quando foi eleito bispo, tomou como lema a descrição de um estado de vida que já havia assumido antes e vivia: Totus Tuus. Todo Teu! Uma de suas frases poderia resumir a razão de ele dizer "Totus Tuus" a Maria: "Importa reconhecer que, antes de que qualquer outro, o próprio Deus, o Pai eterno, confiou-se à Virgem de Nazaré, dando-lhe o próprio Filho no mistério da Encarnação" (RMa 39)”.(*)
 
Todavia, eleito Papa, “Durante seu longo pontificado, nas mais diversas situações, manteve seus olhos voltados constantemente para Nossa Senhora. Aproveitou-se de ocasiões solenes ou intimas, visitas a grandes santuários ou a pequenas igrejas e capelas, fóruns internacionais ou encontros privados para, sempre, renovar sua "consagração a Cristo pelas mãos de Maria" (RMa 48). Creio que ele escolheu este meio para mostrar ao mundo seu amor à Virgem Maria e seu desejo de viver fielmente esse compromisso de fidelidade a sua devoção mariana. E assim ele agiu até o fim de sua vida. Sem dúvida alguma, ele hauriu essa entranhada devoção a nossa Senhora da Tradição Católica e dos exemplos de vida de inúmeros santos. Contudo, a mariologia de João Paulo II foi beneficamente influenciada, sobretudo, por S. Luís Maria Grignion de Montfort (1673-1716) que afirmava: "Toda a nossa perfeição consiste em sermos configurados, unidos e consagrados a Jesus Cristo. Portanto, a mais perfeita de todas as devoções é, incontestavelmente, aquela que nos configura, une e consagra mais perfeitamente a Jesus Cristo. Ora, sendo Maria, entre todas as criaturas, a mais configurada a Jesus Cristo, daí se conclui que, de todas as devoções, a que melhor consagra e configura uma alma a Nosso Senhor é a devoção a Maria, sua santa Mãe; e quanto mais uma alma for consagrada a Maria, tanto mais será a Jesus Cristo" (Tratado, 120 - in RVM 15)”. (*)
 
Porém, “Se quisermos completar um pouco mais o perfil mariano da alma do Beato João Paulo II, seria bom lembrarmos que ele escreveu a encíclica "Redemptoris Mater" e também a carta apostólica "Rosarium Virginis Mariae". Estes escritos trazem um conjunto de pensamentos, meditações e afirmações de um Papa que já havia caminhado bastante na estrada de Maria. Eles trazem reflexões de um coração que se apaixonou pela Santa Mãe de Deus, a Virgem Maria. Como corolário dessas meditações sobre o Rosário, o Papa acrescentou a ele um conjunto novo de cinco mistérios. Eles formam a quarta parte do Rosário e receberam a denominação de "Mistérios Luminosos" ou "Mistérios da Luz". "Quando recita o Rosário, a comunidade cristã está em sintonia com a memória e com o olhar de Maria." (RVM) Os cinco mistérios acrescentados ao Santo Rosário colocarão o fiel em um tempo maior de contato com Nossa Senhora. E isso é fundamental para o católico, pois, "percorrer com Maria as cenas do Rosário é como ir à 'escola' de Maria para ler a Cristo, para penetrar em seus segredos, para entender sua mensagem." (*)
 
"O Rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e profundidade". (Beato João Paulo II).
 
ORAÇÃO PEDINDO GRAÇAS POR INTERCESSÃO DO BEATO JOÃO PAULO II, PAPA
 
“Ó Trindade Santa, nós Vos agradecemos por ter dado à Igreja o Beato João Paulo II e por ter feito resplandecer nele a ternura da vossa Paternidade, a glória da cruz de Cristo e o esplendor do Espírito de amor. Confiando totalmente na vossa infinita misericórdia e na materna intercessão de Maria, ele foi para nós uma imagem viva de Jesus Bom Pastor, indicando-nos a santidade como a mais alta medida da vida cristã ordinária, caminho para alcançar a comunhão eterna Convosco. Segundo a Vossa vontade, concedei-nos, por sua intercessão, a graça que imploramos, na esperança de que ele seja logo inscrito no número dos vossos santos. Amém”.
 
Paz e Bem!
 
Frei Fernando,OFMConv.
 
(*) http://goo.gl/TLRME (27/08/2011).