A importância da doutrina bíblica
Qual o segredo do avanço irresistível da Igreja Primitiva? Já nos capítulos inicias dos atos dos Apóstolos, constatamos algo de sumo importância. Mesmo não possuindo uma fórmula mágica de administração, a Igreja precisou de apenas três décadas para chegar aos pontos mais distantes do Império Romano.
Consolidado no ensino da palavra de Deus mantinha-se os cristãos firmes na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor e reverência. E muitas eram as maravilhas que o Senhor operava por intermédio deles. Ao contrario do que pensam alguns estudiosos, e Igreja do pentecostes não era piegas nem emocional; era bíblica e teologicamente cristocêntrica.
O que é doutrina bíblica
Ao contrario da filosofia, a doutrina cristã não se perde em especulações. Se por outro, constrange-nos a ter uma vida santa e irrepreensível. Andrew Bonar, ao destacar-lhe a importância em nosso cotidiano, foi enfático: “Doutrina é coisa prática, visto que desperta o coração”.
Definições. A doutrina é um conjunto de princípios que, tendo como base as Sagradas Escrituras, orienta o nosso relacionamento com Deus, com a igreja e com os nossos semelhantes. Ela pode ser definida, ainda, como ensino da bíblia. Este, contudo, tem de ser persistente sistemático e ordenado, induzindo os santos a se inteirarem de todo o conselho de Deus (At 20.27).
2. Objetivos. O principal objetivo da doutrina bíblica é aprofundar o nosso conhecimento de Deus (Os 6.3). Se não o conhecermos experimental e redentivamente, como havermos de colocar-nos a seu serviço?(1 Sm 3.7). O Israel do Antigo Testamento caiu na apostasia por ñ conhecer a Jeová.
Através de Oseías, o amoroso Senhor: “O meu povo foi destruído, por que lhe faltou o conhecimento” (Os 4.9).
De igual modo, visa a doutrina bíblica à perfeição moral e espiritual do ser humano. Escrevendo ao jovem pastor Timóteo, o apóstolo Paulo é mais do que claro; é incisivo: “Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Tm 3.17). Ideal inatingível? Se contarmos apenas com as nossas próprias forças, jamais atingiremos semelhante padrão. No entanto, se nos entregarmos à graça do nosso Senhor, nossa vereda refulgirá de tal forma que viremos a resplandecer como os astros no firmamento (Pv 4.18; Dn 12.3).
Doutrina e costumes.
Doutrina não são costumes. Todos já ouvimos essa frase. No entanto, a boa doutrina, quando corretamente interpretada, gera costumes bons e sadios. Conseqüentemente, um povo que ignora as verdades da bíblia com facilidade assimilará os costumes do Egito de Canaã (Lv 18.3).
Foi o que ocorreu com os israelitas: durante a perseguição no deserto, imitáramos egípcios; na terra prometida, os cananeus. Eis porque somos instados a não amar o mundo (1 Jo 2.15).
Por seguinte, quanto mais doutrinados forem os crentes, mais os seus costumes conformar-se-ão à palavra de Deus. Al Martin é positivo: “A finalidade para que Ele possa transformar a vida”. No salmo 119, pergunta Davi: “Como purificará o jovem o seu caminho?” Responde o salmista: “Observando-o conforme a tua palavra” (Sl 119.9). Não podemos, portanto, dissociar os bons costumes da doutrina. Como aquele depende desta, logo: a boa doutrina gera, necessariamente, os bons costumes.
A Necessidade da Doutrina
Há que, menosprezam a doutrina bíblica, alegam: “O importante não a teoria; e sim; a prática”. Entretanto, quem disse que a doutrina bíblica é meramente teórica? Ela é a vontade de Deus. E, como tal, deve ser posta em prática. Aos filhos de Israel, ordena o Senhor: “E estas palavras, que hoje te ordeno estarão no seu coração; e as intimarás a teus filhos, e delas falaras assentados em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as ataras por sinal na tua Mao e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreve rãs nos umbrais das portas” (Dt 6.6-9).
Vejamos por que a doutrina bíblica é necessária.
A doutrina bíblica proporciona-nos a salvação em Cristo.
Paulo instrui ao seu jovem filho na fé
: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina: persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a te mesmo quanto aos que te ouvem” (1 Tm 4.16).
A doutrina bíblica santifica-nos. Em sua oração sacerdotal, refere-se o Cristo ao poder santificador da Palavra de Deus: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. não peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na verdade: a tua palavra é a verdade” (Jo 17.14-17)
A doutrina bíblica torna-nos sábios.
Timóteo, instruído por sua mãe, Eunice, e por sua avó, Lóide, veio a tornar-se um dos maiores obreiros do Novo Testamento. Jovem ainda veio ele a ser considerado um sábio, conforme lhe escreve Paulo: “E que desde da sua meninice sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2 Tm 3.15).