Trilogia amorosa: do "jeitinho" ao golpe na violação dos direitos da mulher e crianças
O parto e a morte são dois momentos na vida humana, que culminam com o cumprimento de forma concreta dos ditames da Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu Artigo primeiro que afirma: “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade” .
Todos, sem exceção, entram a este mundo pela mesma porta, seja ela aberta pela natureza – num parto normal - ou aberta por um bisturi nas mãos de um hábil obstetra. Esteja ela adornada com ricas grinaldas e caros perfumes ou na mais andrajosa e ignóbil miséria, continua sendo a única porta de entrada para o mundo da História Universal.
Um ex-presidente da nossa República, a muitos anos atrás, oficializou o divórcio como uma forma para amenizar o grave e antigo problema de um homem que, por alguma razão deseja outra esposa, ou quer ter mais de uma esposa, mesmo que disfarçadamente. Este ex-presidente oficializou o divórcio como solução paliativa, como se fosse um curativo limpo, novo e cheiroso, capaz de cobrir uma ferida antiga, purulenta, mal cheirosa – a falta de amor, o desprezo, que fere e machuca – quem é rejeitada(o).
Todo aquele que adere a tal tipo de curativo – o divórcio - , ao invés de fazer um tratamento profilático para se evitar tal ferida, pode acabar na UTI das varas de família, buscando antibióticos para um mal quase incurável – a dor na alma que a rejeição provoca, como veremos nos trios “amorosos”, infectados pela infidelidade, que provoca a infelicidade: em todos os envolvidos, principalmente nos filhos.
Nestes dois momentos e extremidades da história humana de qualquer individuo, não há espaços para acordos alcunhados como “jeitinho brasileiro” - que de brasileiro nada tem - , pois desde os tempos bíblicos tais acomodações já eram bem conhecidas e colocadas em práticas por alguns elementos, querendo dar uma de “espertinhos” ou para darem uma “ajudazinha” para Deus, como se Ele precisasse de empurrõezinhos humanos.
Há mais de quatro mil passados Sara a esposa de Abraão, - o patriarca e pai da fé cristã, oriundo de Ur dos Caldeus -, tornou-se o primeiro elemento humano a utilizar-se de tal ardil, ao “emprestar” sua funcionária doméstica Hagar, para - realizar conjunção carnal “dormir” com Abraão, e gerar dele algum bebê, tornando-se também a primeira “barriga de aluguel” da História da Humanidade. A TV Globo, não inovou em nada ao lançar uma novela com tal tema, há algumas décadas passadas, denominada “barriga de aluguel”, Sara saiu quatro mil anos na frente com esta idéia.
O fruto da conjunção carnal, do “jeitinho” arquitetado por Sara chamou-se Ismael. O menino nasceu, cresceu e trouxe consigo para sua história de vida, as conseqüências do “jeitinho” para dentro do lar do grande profeta e sua esposa legítima Sara: ciúmes, inveja, isolamento conjugal, para além de sofrimento extremo e humilhação, praticados contra Hagar a segunda mulher de Abraão, que foi – por imposição de sua patroa Sara - a protagonista do primeiro caso de violação dos direitos humanos e conjugais de uma mulher na História.
Tal arranjo produziu também o primeiro caso de violação dos direitos da criança e do adolescente que se tem notícias na História da Humanidade, quando, sequer havia se pensado na elaboração do E. C. A. (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Ismael, o menino, não estava present,e e não participou do acordo entre o trio de adultos que planejou um “jeitinho” para resolver a qualquer preço a situação – vergonhosa para a época - de esterilidade de Sara, no entanto foi ele o maior prejudicado.
Acostumado a uma vida rica cheia de regalias, viu-se da noite para o dia sendo expulso de sua casa para viver, ou melhor, morrer no deserto. E, sequer entendia a razão pela qual não podia mais permanecer desfrutando do convívio do seu lar e da aconchegante companhia de pai e mãe juntos. Foi o protagonista da violação de seus direitos humanos de filho legítimo de Abraão, ao ser expulso violentamente com Hagar sua mãe – de uma família rica, abastada – para que ambos viessem a morrer no em pleno deserto, longe dos olhos de Abraão. Imagino que, na cabecinha dele, Sara a verdadeira esposa de seu pai talvez fosse sua tia.
Outro trio afetado pela mesma doença emocional, foi o neto de Abraão – Jacó - , que se apaixonou por sua prima, uma jovem linda, e foi forçado pelo tio a casar-se com Léia, irmã mais velha de Rachel, com um defeito nos olhos, no mínimo menos bonita aos olhos de Jacó.
Rachel, a donzela formosa, fisgou o coração de Jacó, paixão à primeira vista. Para conseguir casar-se com ela Jacó ofertou a seu tio quatorze anos de duros trabalhos cuidando de cabras – seu trabalho foi uma espécie de dote ou "lobolo" - nome usado na África para referir-se ao dote - mas, Jacó teve a decepção de ser forçado a casar-se primeiro com
Léia, a mais velha, pois, naquela época a filha mais nova não se casaria primeiro que a mais velha.
Para conseguir Rachel – sua eterna paixão - , ele ofertou a seu tio-sogro, quatorze anos de duros trabalhos. Para sua tristeza Rachel era estéril como Sara, e sua irmã mais velha e menos bonita, a Léia era muito fértil.
Para a mulher mais nova Jacó ofertou muita paixão, para sua irmã mais velha e menos bonita, ele ofertou seus milhões de espermas para que, com eles ela lhe gerasse muitos filhos, que era um dos grandes objetivos dos casamentos naquela época.
Também neste caso, a questão do convívio entre duas esposas no mesmo "harém" - teto-, ocasionou muitos ciúmes e discórdias, apesar das duas serem irmãs de sangue – o que na atualidade é proibido, tanto aqui como em outros países.
Tantas discórdias que em certa ocasião, quando Jacó já não mais procurava Léia para conjunção carnal, esta, tomou umas mandrágoras, - planta perfumada - as quais seu filho mais velho havia lhe trazido do campo como presente, e com elas alugou ao seu marido Jacó, para dormir com ela – Léia – por uma noite. Que tremenda humilhação! Tão desprezada estava ela que precisou que alugar seu próprio marido, para usufruir seu direito conjugal.
Uma terceira e última abordagem desta trilogia neste texto refere-se a outro trio “amoroso”: E. P. A. (Ana, Penina e Elcana o marido das duas mulheres.
Também neste caso uma das mulheres era estéril, fato que na época era considerado humilhante e vergonhoso para qualquer mulher. Naquela época, como ocorre ainda hoje no continente africano, segundo se poder ler em muitas reportagens, as mulheres estéreis são abandonadas, ou devolvidas para os pais, como se elas fossem culpadas pela sua esterilidade.
Um marido não é devolvido para a familia paterna se lhe faltar uma parte do órgão genital, mas, a mulher é considerada indigna para continuar sendo esposa, se não tiver os ovários funcionando bem. Na realidade tal atitude de desprezo reflete a ausência do amor verdadeiro pela mulher, por parte do marido. Atitude injusta, perversa.
Penina, uma das duas esposas gerou filhos para Elcana, Ana, porém, não teve a mesma felicidade, e chorava muito por tal infelicidade. Pelo que Elcana, - mesmo amando-a mais que a Penina, se enervou, e lhe perguntou: Por acaso não lhe sou melhor do que muitos filhos?
Ana, todavia, assumiu uma atitude assertiva, e foi buscar solução na fonte certa e segura: em Deus. Orou e pediu solução a Deus, que lhe ouviu tornando-a fértil, e ela deu à luz a um menino que se chamou Samuel.
Ainda na atualidade, a busca pela solução divina continua sendo a melhor opção para tais problemas de infertilidade, infidelidade - seja emocinal, física ou espiritual,- entre outros problemas, aos quais abordarei em outras ocasiões.
Deus não precisa do famigerado “jeitinho” para ofertar ao ser humano vida com boa qualidade. Ele é poderoso para fazer muito mais, e melhor do que o ser humano sabe pedir, ou pensar, e criar solução perfeita, onde ela parece inexistente, e a cria de forma infalível e eficaz, não apenas eficiente para o corpo, mas também para a alma e espírito.
Deus não coloca curativos novos e cheirosos em feridas purulentas, Ele cura a ferida, para não precisar colocar curativos e disfarces paliativos. Já presenciei o agir de Deus em duas comunidades no Brasil, através de seres humanos falíveis que dependem do ser infalível, em comunidades como: a Igreja Internacional da Graça de Deus, e a Igreja Mundial do
Poder de Deus. Locais, onde homens falíveis e mortais, dependem do poder infallivel, incondicional e imortal daquele que tudo pode. Lá os milagres não são uma novidade, são uma realidade corriqueira e cotidiana, não mercantilizados em troca de ofertas, ou de prestigio social nem de tráfego de influência.
Em Deus encontramos tudo aquilo que necesitamos para viver bem, com qualidade de vida e sustentabilidade, seja no casamento, no trabalho, ou nas decisões dificeis. Busque na fonte certa, pelo resultado certo de melhor qualidade, sem acomodações, ou "jeitinhos".