Onde está o valor
Pensemos bem. Vamos passar muito mais tempo mortos do que vivos. Então, tudo o que pudermos adquirir em forma de sabedoria só vai servir para outros estágios de vida que desconhecemos na sua totalidade. Ao mesmo tempo em que nos esforçamos por evoluir na Terra, procurando passar a outros aquilo que temos de sobra - e aí não me refiro a bens materiais, embora sendo este o caso, é de fundamental importância - é preciso não fugir ao foco da procura religiosa ou filosófica da verdadeira razão de nossa estada aqui neste mundo.
Se estudarmos os grandes nomes da história, veremos que se empenharam de corpo e alma no sentido de deixarem algo de valoroso para a humanidade e, se enriqueceram isto foi consequência natural do seu desprendimento em relação aos bens materiais. Não confundiram os fins com os meios, por isto, comeram o bolo integralmente e foram verdadeiramente felizes. A história está repleta de homens deste jaez. Mesmo que não tivessem tido religião foram mais do que religiosos na totalidade do termo. São, todavia exceções; considero-os estrelas cadentes de um céu abarrotado de talentos em potencial.
A vida é muito mais do que o depois. Ela é, na verdade, um eterno agora. Toda a força da vida está contida no agora. Muitos poderiam se sentir muito mais felizes e bem consigo mesmos se simplesmente não vivessem todos os seus momentos a espera que algo extraordinário aconteça. A preocupação consome uma existência muito mais do que se consiga imaginar. Considero-a o inimigo número um da felicidade. Poderíamos extrair muito mais da vida se não fosse a tendência viciosa de darmos guarida a este inimigo impertinente sempre prestes a nos tirar o sossego e a paz verdadeira.