CASAR OU NÃO CASAR ?

Vivemos uma época em que, nada obstante tão propalado amor, campeia o desamor. Ainda assim continuam os homens casando-se e dando-se em casamento, apesar de dizerem que casamento é loteria; e que se casamento fosse bom, não haveria necessidade de testemunha. Mas para justificarem-se, se referindo as Escrituras, dizem: “Não é bom que o homem esteja só.”

Para entendermos essa citação, é preciso retroagirmos no tempo e considerarmos as circunstancias em que se encontrava Adão no paraíso, quando falou Deus que não era bom que o homem estivesse só. Adão se encontrava só como humano, tendo apenas a presença dos animais domésticos e silvestres. Ora, o único ser feito por Deus com capacidade cognitiva, foi o homem. Deveria ser muito monótono uma vida assim, sem ter com quem privar. E o criador que assim fez o homem, também já sabia de antemão que não era bom que o homem estivesse só, e por isso fez Eva, pois já era plano Seu assim fazer.

Em conseqüência do pecado do homem, veio a mulher a conceber com dor; mas como que para mitigar isso, deu-lhe também o prazer. Coisa efêmera, mas muito valorizado pelo homem, a ponto de achar que não pode prescindir disso. À sua falta é atribuído inclusive doenças psíquicas e até físicas. Desse conceito humano, se vale aquele que pode interferir nisso (o inimigo das nossas almas), e coopera para que pareça ser o que não é. O que dizemos é o seguinte: pensam os homens que o prazer sexual é tão importante que não poderiam viver sem ele; razão porque se unem. Além, também, da necessidade de provar para si mesmos ou para os que os cercam, de que são capazes de gerar. Acham que isso pode lhes dar realização; ainda que seja motivo de desgostos a tarefa de criar filhos. A prova disso é que filho é evitado a penosos esforços, enquanto que o prazer não.

Falando para os Cristãos, diz-nos o apóstolo Paulo em sua epístola aos Coríntios: “... bom seria que o homem não tocasse em mulher. Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um duma maneira e outro doutra. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. Cada um fique na vocação em que foi chamado. Foste chamado sendo servo? não te dê cuidado; e, se ainda podes ser livre, aproveita a ocasião.” I Co. 7:l, 7, 8 e 21.

Analisando integralmente esse capítulo dedicado ao assunto, não temos dúvida que na atual circunstância em que vivemos melhor seria que se não casasse. E como falamos a cristãos, que devem saber entender a palavra de Deus, não cogitaremos de uniões ilícitas de corpos como querem praticar os gentios, que vivem sem Deus, distantes do caminho da verdade. Porque o casamento não é só uma satisfação à sociedade, como querem alguns, mas uma necessidade devido o homem ter se tornado corrompido, capaz de praticar não só bigamia, mas até poligamia, o que resulta numa sociedade instável e corrupta, com irmãos se relacionando entre si, e trazendo toda sorte de conseqüências decorrentes disso. Se não fosse isso, se poderia tomar uma mulher para esposa, independentemente de assinatura de papéis, testemunhas e formalismo, pois que ela seria a esposa de quem a tomasse até que a morte os separassem, independentemente de quaisquer motivos.

Por isso diz o apóstolo: “Estás ligado à mulher? não busques separar-te. Estás livre de mulher? não busques mulher.” I Co. 7:27.

E agora, como ficamos? Disse Deus: “não é bom que o homem esteja só.” E Paulo: “Não busques mulher?”

Ora, atualmente, o homem não mais está só, como estava Adão. Já tem com quem privar sem ter que se unir de corpos ou em matrimônio. Mas por que é melhor que o homem fique sem mulher? Responde o mesmo apóstolo: “Tenho pois por bom, por causa da instante necessidade, que é bom para o homem o estar assim.” I Co. 7:26. E ainda mais: “Mas, se te casares, não pecas; e, se a virgem se casar, não peca. Todavia os tais terão tribulações na carne, e eu queria poupar-vos.” V. 28. Ainda outra razão: “E bem quisera eu que estivésseis sem cuidado. O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor. Mas o que é casado cuida nas coisas do mundo, em como há de agradar à mulher.” vv. 32 e 33. E digo isto para proveito vosso; não para vos enlaçar, mas para o que é decente e conveniente, para vos unirdes ao Senhor sem distração alguma.

Como vimos, as razões são várias e os argumentos bastante sólidos. Pois para servir a Deus é preciso que neguemos a nós mesmos, pois ninguém pode servir a dois senhores. E se o que é casado ou casada cuida das coisas do mundo, em como há de agradar ao marido ou a esposa, então fica inviável querer as duas coisas.

Mas se não forem suficientes esses argumentos vamos elastecer, ou melhor, esclarecer o que o apóstolo chama de instante necessidade. Vivemos dias difíceis: carestia, insuficiência de alimentos, falta de emprego, de moradia, sistema médico-hospitalar deficiente, abastecimento de água potável precário, sistema de esgoto inadequado, poluição do ar e dos rios, etc. É essa a situação em que vivemos e na qual queremos trazer filhos ao mundo, para aumentar mais isso.

Acrescenta ainda o apóstolo: “De sorte que, o que dá a sua filha em casamento, faz bem; mas o que não a der em casamento faz melhor. A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor. Será, porém, mais bem-aventurada se ficar assim, segundo o meu parecer, e também eu cuido que tenho o Espírito de Deus. I Co. 7:38-40.

E ainda com relação às viúvas, diz o mesmo apóstolo: “É melhor ficar se casar.” E por quê?

“Mas não admitas as viúvas mais novas, porque quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se. Tendo já a sua condenação por haverem aniquilado a primeira fé. E, além disto, aprendem também a andar ociosas de casa em casa; e não só ociosas, mas também paroleiras e curiosas, falando o que não convém.” I Tm. 5:11-13.