QUEM DISSE ?

Quando falamos alguma coisa que alguém não saiba, é comum ouvirmos a pergunta: “Quem disse?”, ou “quem falou?” Também quando citamos algum conceito humano formulado ou emitido por alguém, logo nos é exigido a fonte, sem o que nossa tese não é aceita, ou o nosso argumento é considerado vazio. Ainda mais quando falamos que nossa fonte é divina, ou é de Deus. Por isso quando falamos ou citamos algo se faz necessário que citemos nossa fonte de informação. Mas mesmo nesse caso é preciso que saibamos qual divindade foi responsável pela informação, se o Pai, o Filho, o Espírito Santo, ou outro ser, como um anjo.

É comum se ouvir no meio religioso que Deus falou, principalmente quando a citação é bíblica. Entretanto por vezes quem falou foi um profeta ou homem de Deus, e nem sempre por mandado divino. Assim, vamos fazer algumas considerações sobre o tema, bem como uma investigação para saber quem falou e o que falou.

No meio religioso, principalmente o evangélico, tudo que está registrado nas Sagradas Escrituras ou Bíblia é dito ter sido falado por Deus. Mas será verdade? Alguém, quando emitimos juízo de valores, diz-nos que foi por inspiração de Deus, razão porque dizer que foi Ele quem falou.

Conforme está registrado na bíblia, no livro que leva o nome de Daniel, “o livro será esquadrinhado”. E esse livro, segundo depreendemos do texto, é a bíblia. Por isso hoje a bíblia está sendo investigada até por homens de ciência, apesar de que alguns tidos como cientistas neguem os fatos ali registrados, quiçá devido a falta de comprovação científica, quando a ocorrência entra no campo da fé. Apesar de que alguns registros que são feitos ali tenham servido de ponto de partida para a realização de pesquisas principalmente no campo da arqueologia. No livro “E a Bíblia tinha razão”, de Werner Keller, é dito que houve reino e cidade da qual só encontramos registro na bíblia, e que foi constatado a sua existência pelos arqueólogos investigadores.

Assim, quando dizem que Deus falou, eu estou sempre atento para saber se a afirmação do meu interlocutor é verdadeira.

Como já afirmei em outra obra codificada por mim, nas Sagradas Escrituras ou Bíblia encontramos palavras de homens comuns, de homens de Deus, de ímpios, de anjos e de Deus. Ainda que, neste caso, possa haver controvérsia, já que ninguém nunca viu a Deus, e, por isso, muitos tenham dúvidas de que Ele exista. Independente disso, vamos nos ater ao que consta nas Escrituras, e não nos preocupar com quem não acredita em Deus, ou que tenha conceitos próprios sobre ele. Pois existem coisas que fogem de conceitos humanos, e entra no campo da fé, só podendo ser admitida por aqueles que aceitam ser possíveis, já que creem que ele existe e Que operou desde a antiguidade. É principalmente para esses que vamos manifestar a nossa tese.

Paulo, o apóstolo que se nomeou de “apóstolo dos gentios”, na sua segunda epístola (carta doutrinária) que escreveu a Timóteo, a quem chamou de filho na fé, disse que “Toda escritura, divinamente inspirada, é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir na justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”. II Tm. 3:16.

Apesar de que em algumas versões bíblicas conste que “Toda escritura é divinamente inspirada”. Disso eu discordo e já manifestei as minhas razões no trabalho que codifiquei com o título “Quem errou, Deus ou os homens ?” Lá mostro que como na bíblia consta palavras de homens ímpios e até palavras de Satanás, então ela não pode ser considerada toda inspirada por Deus. E que o texto ficaria correto se grafado “Que toda escritura inspirada é proveitosa. . .” Pois até hoje um homem de Deus pode receber inspiração, e tem recebido, para escrever coisas proveitosas para ensinar, para redarguir, par corrigir, para instruir na justiça, a fim de que homens sejam perfeitos e perfeitamente instruídos para toda a boa obra.

Voltemos ao tema principal.

Na epístola aos Hebreus, consta:

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho. HB 1:1.

Assim, muitos profetas foram porta-voz de Deus, e falaram aquilo que Deus lhes inspirou a falar. Mas quando é dito que Deus falou é necessário saber qual deles falou. Mas alguém diria: ora, só há um Deus. Apesar de que isso está de acordo com o meu conceito, precisamos ir um pouco mais a fundo e considerar coisas que fogem ao conhecimento de muitos, razão por que há controvérsias sobre Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Quando Jesus aqui esteve em carne vivendo entre os humanos e como humano, ele disse:

”Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir”. Jo. 16:13.

Nesse texto diz que o Espírito falará o que tiver ouvido. Nesse caso Ele ouve de alguém. De quem?

Antes de prosseguir em nossa tese, se faz necessário que citemos outra passagem bíblica que diz ter Jesus falado.

“Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo”. Jo. 16:7.

Conforme provamos com dezenas de passagens bíblicas no trabalho que intitulamos “Me, mim, comigo”, Jesus foi enviado pelo Pai, o Deus Pai. E nessa passagem bíblica citada anteriormente diz que se ele, Jesus, não fosse, o consolador não viria; mas, que, quando ele fosse, ele o enviaria. Nesse caso vemos a citação de três pessoas, a saber: o Pai, que enviou a Jesus, Jesus, o enviado do Pai, e o consolador que Jesus enviaria. Mas, como não é o nosso objetivo falar sobre a trindade, continuemos na tese que começamos a propor desde o início.

Na nossa penúltima citação, a do livro de João, João 16:13, diz que o consolador falaria do que tivesse ouvido. Ouvido de quem?

No texto precedente diz que ele não falaria de si mesmo. Então temos outra prova de que ele é outra pessoa. E é pessoa porque fala e ouve. Não é o caso de um objeto que repete o que ouve. Isso manifestamos no trabalho que codificamos com o título “O Espírito Santo de Deus”, no qual manifestamos os atributos dele, do Espírito Santo.

Em outro texto bíblico, Jesus diz:

Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra. Jo. 17:6.

Como demonstramos no trabalho que codificamos com o título “Um nome sobre todo nome”, o nome citado ao início do texto atrás se refere à palavra.

Em muitos textos bíblicos encontramos a expressão: “veio a mim a palavra do Senhor, dizendo”. Assim, no livro de Jeremias 1:11 e 12, diz: “Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la”.

Mas quando é dito “veio a mim a palavra do Senhor dizendo”, podemos pensar que era as palavras sendo ditas ou ditadas. Entretanto vamos postular uma outra tese.

Ao início do livro que leva o nome de João, um discípulo de Jesus, diz:

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Jo. 1:1 - 3.

Como já manifestamos em outro trabalho codificado por nós, o verbo é a palavra de ação e corresponde a Cristo, que se tornou Jesus quando foi manifesto em carne. Noutro texto Ele é nomeado de “A Palavra de Deus”, veja:

E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. Ap. 19:13.

Então essa palavra ou verbo que fala, e pelo qual tudo veio a existência, é Cristo, a palavra de Deus, ou o Deus Filho, através de quem Deus Pai se manifesta aos homens. Assim, mesmo antes de Jesus vir em carne a esta terra, ele já se manifestava falando aos homens e com os homens. Para melhor entender nossa postulação ou tese leia também o trabalho que codificamos com os nomes: “É JESUS O DEUS TODO PODEROSO ?”, “JESUS, O SENHOR DOS EXÉRCITOS”, “O CORPO DE DEUS”, e “O ANJO DO SENHOR”.

Vamos citar ainda um outro texto bíblico sobre isso.

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pelo poder da sua palavra, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas; feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho? E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, E de seus ministros labareda de fogo. Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros. E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão. E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, até que ponha a teus inimigos por escabelo de teus pés? Hb. 1:1 - 13.

Outra manifestação da palavra de Deus:

Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra”. Êx. 20:1 - 4.

Alguém pode pensar que nessa ocasião quem falou foi o Deus Pai. Mas observemos outro texto que pode consubstanciar a nossa tese.

Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou. Jo. 1:17 - 18.

E para confirmarmos a nossa tese veja que é a verdade manifesta por Jesus:

A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade. Sl. 119:142.

Então quando o texto falado por Jesus diz que a lei veio por Moisés, logo não refere-se a lei de Deus, mas a de Moisés, já que a de Deus, a qual é a verdade, foi dada por Ele mesmo e falada das nuvens para que todo o povo ouvisse, veja:

Estas palavras falou o Senhor a toda a vossa congregação no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridão, com grande voz, e nada acrescentou; e as escreveu em duas tábuas de pedra, e a mim mas deu. Dt. 5:22.