Construção de uma grande inverdade

Achei por bem oferecer subsídios, para complementar e reforçar as afirmações feitas em minha crônica: 'A Lógica discute, explica e consolida', mostrando extratos do livro “JESUS VIVEU NA ÍNDIA”, 25ª edição (2009) – Ed. Best Seller – do teólogo alemão Holger Kerstein (1951), porque a descrença na reencarnação é um dos fatores predominantes para forçar o caminho da destruição da civilização humana. A crença cega, sem a iniciativa de contestações lógicas por parte do adepto, apenas cria elementos imprestáveis para o desenvolvimento espiritual da humanidade, porque transforma as religiões em entidades de simples louvação e adoração, com o intuito de distribuírem bênçãos e proteção contra dificuldades, ficando assim muito distantes da propagação do real caminho da salvação pela Verdade Revelada por Deus. Vejamos então um parágrafo do livro, de importância relevante para o nosso entendimento:

“Até agora, quase todos os historiadores da Igreja acreditaram que a doutrina da reencarnação foi declarada herética durante o Concílio de Constantinopla em 553. No entanto, a condenação da doutrina se deve a uma ferrenha oposição pessoal do imperador Justiniano, que nunca esteve ligado aos protocolos do Concílio. Segundo Procópio, a ambiciosa esposa de Justiniano, que, na realidade, era quem manejava o poder, era filha de um guardador de ursos do anfiteatro de Bizâncio. Ela iniciou sua rápida ascensão ao poder como cortesã. Para se libertar de um passado que a envergonhava, ordenou, mais tarde, a morte de quinhentas antigas ‘colegas’, e, para não sofrer as consequências dessa ordem cruel em uma outra vida como preconizava a lei do Carma, empenhou-se em abolir toda a magnífica doutrina da reencarnação. Estava confiante no sucesso dessa anulação, decretada por ‘ordem divina’!”

Como podemos constatar, sabe-se que os imperadores de Roma, ainda no século IV, tinham o poder de impor sua vontade, influindo diretamente na organização religiosa, a ponto de Justiniano, no ano 537, depor o Papa Silvério para trocá-lo pelo Papa Virgílio, que mesmo sob protesto aceitou ratificar a resolução do Concílio de Constantinopla. Esse Concílio, organizado pelo imperador, com a participação de alguns seus vassalos, excomungou e maldisse a doutrina da preexistência da alma. Acompanhemos mais um extrato do livro:

“Em 543 d.C. o imperador Justiniano, sem levar em conta o ponto de vista papal, declarou guerra frontal aos ensinamentos de Orígenes, condenando-os através de um sínodo especial. Em suas obras De Principiis e Contra Celsum, Orígenes (185-235 d.C.), o grande Padre da Igreja tinha reconhecido, abertamente, a existência da alma antes do nascimento e sua dependência de ações passadas.”

É por essas e outras que podemos tranquilamente combater as incoerências de crenças religiosas que estejam fora da lógica, não aceitando absurdos que devam ser reverenciados como verdades, simplesmente por se tratarem de dogmas preconizados pela Igreja, muitas vezes por interesses políticos e para perpetuação do poder clerical, por meio do domínio das mentes dos crédulos. Para mostrarmos que Kersten não estava “brincando em serviço”, desde que se propôs em colocar seus conhecimentos no papel, podemos então apreciar sua conclusão sobre o assunto:

“A Igreja aceitou o edito de Justiniano – ‘Todo aquele que ensinar esta fantástica preexistência da alma e sua monstruosa renovação será condenado’ – como parte das conclusões do Concílio. Portanto, a proibição da doutrina da reencarnação não passa de um erro histórico, sem nenhuma validade eclesiástica.”

Se unirmos essa conclusão com outros “acontecimentos” deprimentes proporcionados pela Igreja, como o caso da prisão perpétua de Galileu, como também as sangrentas Cruzadas, que se tornaram em um dos maiores fracassos de evangelização de todos os tempos, mais a disseminação da pedofilia clerical, acabamos então por constatar quanta sujeira existe por debaixo dos tapetes, isto sem mencionarmos a horripilante e podre época da Inquisição, com o barbarismo de suas torturas e execuções nas praças públicas, em nome de Cristo!!!

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 12/06/2010
Reeditado em 14/10/2011
Código do texto: T2316047