Empinando pipas.
Sempre tive o desejo de empinar pipa. Um tempo atrás pude realizar este sonho... Fomos a um acampamento em meio às montanhas, muito verde, bastante espaço para correr, e eu teria de realizar esta atividade junto às crianças onde cada um faria uma pipa e deveria colocá-la no ar com a ajuda de um adulto, então eu e meu filho fomos tentar empinar a pipa, e não é que deu certo.
No decorrer desta experiência, Deus foi falando comigo e eu fui somando tudo em minha mente por isso resolvi escrever este texto, aí vai:
Tudo começou quando eu estava fazendo a pipa, pensei no criador, nos formando, nos moldando e dando a nós características dele, trabalhando em nossas vidas de uma maneira especial, colocando em nós dons e qualidades que só Ele poderia nos dar.
Bem, a pipa estava pronta e como crianças eu e meu filho caçula de 4 anos na época, o Samuel, corremos para colocá-la no ar, e lá estava ela, leve e colorida subindo cada vez mais, tudo era propício, o local, o tempo, o vento, muita linha para soltar.
Aí fiquei imaginando... Como nós seres humanos somos iguais aquela pipa. Recebemos do nosso criador todas as condições necessárias para viver uma vida com dignidade e honestidade sobre a terra, viver uma vida que agrade a Deus, servindo a Ele, amando e nos relacionando com as pessoas, Ele nos dá dons, nos ama e permite que vivamos em liberdade, afinal ele nos dá o livre arbítrio, podemos escolher andar do seu lado ou não, seguir os seus conselhos ou não, sermos obedientes a sua Palavra (Bíblia) ou não.
Mas quando nos damos conta dessa liberdade, entra em cena os nossos instintos egoístas: orgulho e soberba e achamos que podemos fazer tudo por nós mesmos, acabamos se afastamos de Deus e dos seus ideais, para buscar e preencher nossas carências físicas e matérias esquecemos de Deus e de seu amor.
De repente percebi que soltei muita linha e a pipa subiu tanto que foi levada pelo vento, mas quando parou de soprar ela caiu vertiginosamente para o chão, afastando-se muito do local onde eu me encontrava.
Pensei que com cada um de nós seres humanos também podem acontecer o mesmo, se ao usufruir de tudo o que Deus nos dá, tantas bênçãos, acabamos deixando de falar com Deus ou mesmo de estudar a sua Palavra e, assim deixamos de depender do Espírito para fazer a nossa própria vontade, deixamos de nos humilhar perante o Senhor reconhecendo nossos erros contra o próximo e não confessamos a Deus os nossos pecados, e assim ficando se receber o seu perdão que já foi oferecido na cruz, vindo então a cair na fé.
E a pipa caiu mesmo no pé de um despenhadeiro, ficou ali imóvel e ainda rasgou-se ao cair, eu tive a coragem de descer aquele barranco em meio a espinhos e lama, não pensei na dificuldade que seria, somente estava centrada em recuperar o que eu havia perdido não me importei com a distancia, o cansaço, a dificuldade, o suor...Eu estava mesmo empenhada em encontrar a pipa por isso andei muito, pulei cercas de arame farpado, andei no mato, até escorreguei e me sujei toda, mas eu tinha um objetivo.
Foi aí que eu me toquei: Jesus em busca da centésima ovelha, deixou sua glória, desceu, humilhou-se, deixou sua honra, foi morto para nos resgatar e foi até o fim, nos amando, mesmos sendo ingratos, egoístas como somos.
Por mais que tentemos, nada podemos fazer para alcançar o perdão, somente o sangue de Jesus derramado naquela cruz pode nos dar a vida.
E a história continuou, não parou nisso não, pois eu cheguei no acampamento com aquela coisa destroçada e disposta a reformá-la para vê-la subir outra vez, mas para minha infelicidade e para tristeza dos meus filhos aqueles retoques não fizeram dela uma nova pipa capaz de encontrar as alturas, eu teria que fazer outra se quisesse repetir a façanha.
Foi aí que inevitavelmente comecei novamente a refletir...assim também somos nós... Precisamos deixar que Cristo nos transformar por completo, fazer morrer a nossa natureza pecaminosa, aquela que fica se levantando contra Deus, aquela vontade insistente de agradar a nós mesmos. O ódio, a falta de perdão, as murmurações, tudo isso faz com que pequemos e entristecemos ao Senhor, precisamos sepultar o venho homem e deixar Cristo fazer de nós novas criaturas.
Texto de Eliane Nova.