Um caso de vida ou morte
Há ocasiões em que sinto vontade de rir, ao observar o comportamento humano perante a iminência da morte, ou após o passamento de alguém. Esse ímpeto está longe da morbidez, porque ele está ligado ao meu desejo de chorar em desespero, devido à suprema ignorância mundial sobre os porquês da vida e da morte, sobre missão de vida, sobre o mundo espiritual, sobre as leis divinas, sobre o comando do Supremo, ou seja, sobre a Verdade, de verdade, apesar do número de religiões e seitas espalhadas por aí estar em constante inflação. Muitos leitores são testemunhas de que venho em luta constante contra a escassez de sabedoria e contra a “cegueira” voluntária dos povos, que estão por aí dando plena justificativa para os resultados catastróficos que continuamos auferindo, num crescendo alucinante e preocupante, pois o final está sendo desenhado com muita clareza, até mesmo para os menos inteligentes. _Tenho mesmo é que rir, pra não chorar!
Vou perguntar: _Por que razão os estudantes, que almejam cursar uma faculdade, passam muitos anos de sua juventude em bancos escolares, enfrentando frio, calor, chuva, trânsito, perdas de horas de sono etc., para, quando tiverem de participar dos exames vestibulares, alcançarem seus objetivos? Daí eu respondo: _Ora, quando qualquer um de nós sabe que irá enfrentar um obstáculo logo mais adiante, o primeiro passo é aproveitar ao máximo o tempo disponível para a preparação, assim o enfrentamento passa a ser algo mais suave, com força e conhecimento de causa, principalmente sem sofrimento maior - isso está perfeitamente de acordo com a lógica. E agora? É certo que todos estão cientes de que a chegada da morte é um acontecimento líquido e certo, sem exceção alguma, tanto para o rico como para o pobre, o feio e o bonito etc., e tem mais, ela não manda aviso prévio e nem garante qual o tempo de sobrevivência futura, portanto é um acontecimento para o qual devemos estar preparados, sempre, a cada dia que abrirmos os olhos. É aí que entra a sabedoria e o conhecimento da verdade das coisas, senão viveremos eternamente com medo da morte, como sendo uma fatalidade, um castigo, um azar ou até uma injustiça. Por outro lado, outros brincam com a vida, como se ela lhes pertencesse, praticando esportes radicais ou se entregando ao consumo de drogas alucinógenas, até praticando crimes violentos; enfim, dá pra se notar porque o mundo está como está.
A vida neste planeta não passa de uma jornada concedida por inúmeras vezes ao nosso corpo espiritual, com o fito de podermos crescer em individualidade, até chegarmos ao nível de iluminação, portanto é esta vida terrena que determina como queremos ingressar no mundo espiritual, quando a morte física surgir. Se não estivermos preparados, não passaremos no “vestibular do Céu”, o que irá mostrar o tempo perdido e o desperdício das oportunidades oferecidas ao aprendizado, assim teremos que passar pelos sofrimentos espirituais, advindos da nossa baixa individualidade, transferindo-os para a próxima encarnação, caso haja uma nova chance; e ainda, o que é pior, influenciando negativamente na felicidade dos nossos descendentes, sem que nada possamos fazer para mudar isso, porque somente através das nossas ações efetivadas em vida é que nos trarão o devido lastro espiritual para a nossa ascensão, por gerações.
O homem nasce por aqui para cumprir a missão de participar na construção do Paraíso Terrestre e, para isso, lhe são concedidas várias reencarnações neste planeta, o qual lhe oferece tudo para a sua sobrevivência e crescimento. Por se tratar de um plano divino, Deus envia, de tempos em tempos, um representante para mostrar os caminhos a serem seguidos, até que os objetivos sejam alcançados, portanto somente aqueles que tomarem consciência dessa verdade é que poderão se candidatar a essa sobrevivência paradisíaca na Terra; quanto ao restante, cada um terá que assumir espiritualmente suas ações destrutivas, contrárias ao plano do Criador – chegou a hora da separação entre o joio e o trigo.
A quantidade de indivíduos, que tem medo da morte e que está por aí jogando na latrina a preciosidade do tempo de vida, é assustadora! _Afinal, tenho ou não mil razões para rir e chorar?