A extrema direita e a distorção da verdade /ᐠ。‿。ᐟ\
Na Granja dos Bichos, os animais se insurgem contra o Senhor Jones. Desejam liberdade. Esperam justiça. A promessa é de um novo tempo. No Brasil, a extrema direita ensaia o mesmo enredo. Fala em ordem, moral, pátria. Só que Orwell já desnudou esse script. Onde o poder se absolutiza, a corrupção apodrece tudo. E o odor que exala não engana: a extrema direita brasileira fede.
Major, o porco visionário, prega revolução. Aqui, os extremistas se apresentam como salvadores. Disparam palavras de fé, família e força. O apelo emociona. O povo, cansado de caos, aceita. O problema é que a granja troca de dono, não de destino. O chicote apenas muda de mão.
Napoleão, o tirano, concentra tudo. No Brasil, a extrema direita reverencia seus Napoleões. Líderes autoritários, vozes roucas de autoridade. Prometem moralizar. Entregam o oposto: nepotismo sem pudor, conchavos imorais. Os porcos enriquecem. A granja apodrece.
As regras se distorcem. "Todos são iguais" vira piada. A extrema direita vocifera contra privilégios, mas protege os seus. Nomeia parentes, blinda cúmplices. A direita tradicional, em muitos momentos, se mistura. Troca princípios por conveniência. Negocia a alma por votos. Vergonhoso.
Orwell alerta para a manipulação. Napoleão reescreve o passado. Por aqui, a extrema direita faz o mesmo. Forja narrativas no WhatsApp e redes sociais. Cria fantasmas: comunistas, gays, mulheres livres. Serve o velho pão e circo digital. A direita, quando interessa, colabora. Finge não ver a democracia sangrar.
Bola de Neve é banido. No Brasil, opositores viram inimigos. São alvos. São hostilizados. São ameaçados. O grito "fora, esquerdopatas!" substitui o debate. A direita moderada, muitas vezes, assiste calada. Finge estratégia. É omissão.
A violência vira política. Napoleão mata quem resiste. A extrema direita brasileira celebra isso. “Bandido bom é bandido morto.” Louva a tortura. Exalta a ditadura. Quando a direita silencia, se torna cúmplice. O sangue corre. A granja aplaude. A liberdade, soterrada.
Orwell escreveu contra o stalinismo. O Brasil enfrenta seus porcos de terno. A extrema direita não é apenas equivocada. É perigosa. Alimenta-se do medo e ódio. Inverte valores. Promete ordem, entrega repressão. Defende pátria, exclui o povo. A direita que a acompanha, muitas vezes, não é aliada — é cúmplice.
E os críticos de sempre? Reclamam da esquerda. Listam erros. Alguns acertam. Corrupção pesa. Ineficiência também. Mas param aí. Não trazem soluções. Vivem de negar. Ignoram avanços. Miséria caiu. Educação cresceu. Milhões saíram da fome. Portas se abriram. Eles não veem. Latem alto. Não propõem nada. Criticar é fácil. Construir não fazem.
E os críticos de sempre? Atacam a esquerda sem trégua. Listam erros com raiva. Alguns até convencem. Corrupção fede. Ineficiência irrita. Mas cadê as soluções? Não têm nada a oferecer. Só negam. Sabe o que é pior? Desprezam o que deu certo: a miséria encolheu, a educação avançou em alguns aspectos e milhões respiraram aliviados. Eles fingem não ver. Gritam por gritar. Soluções? Zero. São mestres da destruição e retórica vazia. Até quando o homem vai preferir o eco do ódio à luz do progresso?
Referência
ORWELL, George. A revolução dos bichos: um conto de fadas. Tradução de Heitor Aquino Ferreira. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
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