Os “Pensadores” da Mídia de Extrema-Direita
Quem são os verdadeiros pensadores da mídia de extrema-direita? Quem os representa? O “pornô-filósofo” Olavo de Carvalho descansa no inferno, mas deixou seus pupilos na imprensa. Alexandre Garcia e Augusto Nunes são dois exemplos—chamá-los de pensadores é um desserviço ao próprio conceito de pensamento. São meros palhaços a serviço da desinformação.
Rodrigo Constantino, por sua vez, tenta se apresentar como intelectual, mas como alguém pode ler tantos livros e permanecer ignorante? Parte disso vem da própria limitação cognitiva, parte vem da ideologia que defende. Era constrangedor vê-lo debatendo, até mesmo com Vera Magalhães, que frequentemente o desarmava com argumentos básicos, em suas constantes tentativas de passar pano para o desgoverno do ex-presidente — o “imorrível, incomível, imbroxável, inviajável e inelegível” — Jair “ o Messias” Bolsonaro.
Quando, na Jovem Pan, colocavam-no para fazer contraponto ao professor Marco Antonio Villa, sua ignorância beirava o cômico. Villa gostava de provocá-lo, chamando-o de “papagaio de pirata dos interesses imperialistas”, enfatizando que estavam em prateleiras intelectuais completamente diferentes. Constantino, em sua réplica patética, insistia que, do ponto de vista ideológico, era superior. Para ele, ser de direita e defender o mercado automaticamente o tornava mais sábio e independente, como se a mentalidade empreendedora bastasse para garantir autonomia absoluta—“Eu não preciso do governo pra nada, ui ui ui.”
A ironia é que muitos desses defensores ferrenhos do livre mercado nunca trabalharam sob regime CLT na iniciativa privada, nunca empreenderam de fato e, em muitos casos, são políticos ou funcionários públicos, mamando na teta do Estado que tanto desprezam. Pior ainda, ignoram deliberadamente as necessidades daqueles que realmente dependem de assistência governamental para sobreviver.
Em um dos momentos mais reveladores, durante um debate sobre a Revolução Francesa, Villa afirmou que acendia uma vela para os que impuseram a revolução. Tomado por um ódio súbito, Constantino, como bom hipócrita e ecoador de chavões, respondeu: “Sim, mas à base de sangue.”
Ora, amigo, se não fosse a Revolução Francesa, talvez a burguesia e o capitalismo que você tanto defende sequer existissem como classe social, ou levariam séculos para emergir. Ainda estaríamos sob o jugo de feudos e monarcas absolutistas. O próprio capital, responsável pela inovação e tecnologia, não teria o veículo necessário para operar, e eu não estaria sequer escrevendo este texto. Esse é o ponto de Villa ao dizer que acende uma vela para a Revolução Francesa: negar sua necessidade e seus avanços é um erro grosseiro.
Nietzsche já dizia: “O sangue, a pólvora e a guerra trouxeram mais benefícios à humanidade do que a paz.” E é justamente por isso que gosto desse pensador—com ele, não há hipocrisia. O cristianismo se expandiu pregando o evangelho de porta em porta, ou foi através da conquista violenta, do sangue derramado na colonização, da destruição dos povos indígenas e da subjugação de impérios inteiros? A paz nunca trouxe avanço algum à humanidade. Chega de hipocrisia.
As grandes pinturas renascentistas, financiadas pela Igreja, foram bancadas com o dinheiro acumulado por meio das Cruzadas e da Inquisição—guerras e perseguições que sustentaram o poder e a influência da Igreja por séculos. O progresso, gostemos ou não, sempre veio acompanhado do choque, do conflito e da força. Pólvora, sangue e violência!