Bolsonaro no banco dos réus: os erros que abalaram seu poder
Bolsonaro cometeu um erro grave ao rejeitar as urnas eletrônicas após sua derrota em 2022. Sua recusa em aceitar o resultado revelou falta de humildade, espírito republicano e prejudicou a democracia. Ao questionar o sistema eleitoral sem provas cabais, disseminou e alimentou a desconfiança popular e aprofundou a polarização política. Se Bolsonaro tinha provas concretas de fraude eleitoral, por que nunca as apresentou às instituições competentes? Reconhecer a derrota teria sido um gesto de grandeza, preservando sua imagem e a estabilidade do país.
Além disso, Bolsonaro enfrenta questionamentos sobre sua gestão e conduta política. Durante a pandemia, seu negacionismo teve consequências trágicas. A defesa de tratamentos ineficazes e a falta de coordenação nacional agravaram a crise sanitária. Como justificar a negligência na compra de vacinas e a insistência em tratamentos ineficazes enquanto milhares de brasileiros morriam na pandemia? Denúncias como o caso das joias da Arábia Saudita e os esquemas de rachadinhas levantam dúvidas sobre seu compromisso com a ética pública. Suas declarações em defesa da tortura e seu desprezo pelos direitos humanos também confrontam princípios democráticos fundamentais.
Após a derrota, Bolsonaro intensificou ataques ao STF e ao TSE, acusando-os de parcialidade sem apresentar provas. Há suspeitas de que realizou ações que levantaram suspeitas sobre sua intenção de permanecer no poder, incluindo possíveis intervenções institucionais. Esses episódios estão sob investigação e apontam riscos à democracia brasileira. Se Bolsonaro se diz defensor da democracia, por que incentivou desconfiança nas instituições e não condenou de forma clara e imediata os atos golpistas de 8 de janeiro?
Por outro lado, é fato que a radicalização política associada a Bolsonaro atingiu seu ápice no ataque aos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. O episódio expôs os perigos da desinformação e da polarização extrema. Na verdade: seu legado é marcado por crises e retrocessos, mas também pela resistência das instituições democráticas.
Agora, ele será julgado pela Justiça. Para o Brasil, fica uma lição: fortalecer a democracia exige equilíbrio, transparência e respeito às leis. O passado não pode se repetir. E, para isso, é preciso vigilância constante. Finalmente, respeito quem pensa diferente e acredito que ninguém precisa pensar igual a mim.
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