Extrema direita oferece medo e soluções mágicas

A ascensão da extrema-direita no Brasil e no mundo não é acidental, mas resultado de crises sociais, econômicas e políticas. Sua estratégia é simples: explorar ao máximo o descontentamento popular. Em tempos de instabilidade, ela oferece respostas simples para problemas complexos. A retórica é sempre a mesma: culpa imigrantes e minorias, criando divisões com narrativas como "nós contra eles". Essa veemência une seguidores, mas esconde causas reais, como desigualdade social e corrupção.

Por outro lado, a desinformação é uma arma poderosa num país de baixa escolaridade. Notícias falsas se espalham como vírus, sobretudo, nas redes sociais. Aliás, muitos rejeitam a mídia tradicional e aceitam narrativas sem questionar. Informações enganosas reforçam preconceitos e ampliam medos. O discurso é direto, sedutor e simplificado. Frases como "menos governo" e "defesa da família" ganham espaço.

De outro, é fato que a economia e saúde exigem soluções complexas. Ainda assim, a simplicidade atrai quem está cansado de promessas não cumpridas. Valores tradicionais são usados estrategicamente. A tríade: moralidade, religião e tradição conquista mentes e corações. Esse apelo emocional funciona bem nas comunidades conservadoras. Porém, ele divide a sociedade e alimenta a polarização.

Nem todos os apoiadores agem por má-fé. Muitos estão frustrados com a realidade do país. Ou seja, o cidadão comum vê, inconscientemente, na extrema-direita uma esperança de mudança e voz para suas demandas que são negligenciadas Na prática, as políticas da extrema-direita frequentemente beneficiam apenas os mais ricos. Resultado: os programas sociais que beneficiam os mais pobres são cortados, prejudicando justamente seus apoiadores.

Isso levanta um paradoxo: a extrema direita defende o povo ou explora sua insatisfação? Em síntese, a extrema-direita cresce ao ampliar medos, simplificar discursos e exaltar tradições. E fingir que se importa com o cidadão mais pobre. Portanto, compreender esse fenômeno é essencial para questionar suas propostas. O desafio é ouvir demandas legítimas sem sucumbir à ilusão de soluções fáceis. A história recente nos ensina: respostas simplistas não resolvem problemas complexos.

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