O Brasil é dos Brasileiros?

Hoje eu estava lendo uma matéria sobre o prejuízo recorde que estatais brasileiras estão dando no governo Lula e acabei me deparando com a notícia de que o mesmo presidente que se gaba de um boné ridículo com os dizeres “O Brasil é dos brasileiros” — uma imitação barata e vergonhosa do “Make America Great Again” de Trump —, na prática, entregou quilômetros do território nacional a uma empresa privada, debaixo dos panos, sem transparência, sem debate público, sem qualquer respeito pela soberania que tanto teatraliza em seus discursos.

Não bastasse o rombo bilionário nas contas públicas, fruto de uma gestão que mistura incompetência, clientelismo e ideologia, ainda temos de engolir esse circo midiático. Enquanto a Petrobras, a Eletrobras e outras estatais sangram dinheiro do contribuinte, Lula e sua trupe decidem que a prioridade é fabricar um símbolo de campanha que, além de plagiado, é uma afronta à inteligência do povo. Onde está “O Brasil é dos brasileiros” quando territórios estratégicos são negociados às escuras com conglomerados privados? Onde está o nacionalismo de fantasia quando o governo, em conluio com setores do Judiciário e do Legislativo, sanciona acordos que hipotecam nosso patrimônio?

A hipocrisia é tão escancarada que chega a doer. O mesmo STF que se autoproclama “guardião da Constituição” silencia diante de manobras que ferem o princípio básico da soberania nacional. Onde estão os ministros que, em outros contextos, inflam discursos sobre direitos e transparência? Cadê a pressão por investigações? Ah, claro: quando o réu é um aliado ideológico, a caneta mágica da interpretação jurídica sempre encontra um atalho para a absolvição. Enquanto isso, a imprensa — grande parte dela — age como cúmplice, reduzindo escândalos a “notinhas” enterradas na página 12, entre anúncios de desodorante e previsão do tempo.

E o Congresso? Ah, o Congresso… Que dizer de uma Câmara e um Senado que, em vez de fiscalizar, transformam-se em cabides de cargos e acordos fisiológicos? Parlamentares que deveriam representar o povo parecem mais ocupados em garantir suas migalhas no banquete do poder. Enquanto Lula distribui benesses e carimba medidas provisórias como se fossem recibos de boteco, os supostos “representantes da nação” assistem inertes, como figurantes de um filme que já conhecemos o final: o Brasil sendo desmontado, peça por peça, sob aplausos de uma elite política que troca ética por vantagens.

O que mais me revolta é a tentativa grotesca de manipulação. Enquanto o governo esquerdista usa o boné como símbolo de uma suposta resistência “nacionalista”, sua prática é a de um entreguista de alto nível. Não há diferença entre vender o país a grupos estrangeiros em contratos obscuros e a velha oligarquia que sempre sugou as riquezas nacionais. A única novidade é o verniz de “justiça social” que tentam passar em negociatas que beneficiam meia dúzia de aliados. É o mesmo rolo compressor de sempre, agora com o adesivo de “luta pelo povo” colado na lateral.

E o povo? Ah, o povo… Enquanto isso, paga a conta com impostos absurdos, com serviços públicos em colapso, com a inflação corroendo o salário. Mas, ei, pelo menos temos um boné para nos distrair! Um acessório patético para mascarar a realidade: este governo não é “nacionalista”, é um projeto de poder que usa a retórica da esquerda para encobrir práticas que qualquer capitalista selvagem aplaudiria de pé.

Não se enganem: a esquerda no poder, aqui e em qualquer lugar, quando abraça o autoritarismo e o corporativismo, trai seus próprios discursos. E o pior é ver instituições que deveriam ser pilares da democracia — imprensa, STF, Congresso — compactuando com esse jogo sujo. Enquanto não houver uma reação organizada, crítica e firme, continuaremos a ser reféns de uma classe política que ri da nossa cara, seja com bonés ridículos, seja com contratos que vendem o país a preço de banana.

O Brasil merece mais do que isso. Merece mais do que slogans vazios e governos que confundem publicidade com política. E até lá, seguiremos aqui, indignados, gritando contra o cinismo de quem acha que um pedaço de tecido com frases de efeito basta para nos fazer esquecer que, nas sombras, nosso patrimônio está sendo leiloado.