Elite branca patrocina corrupção e desigualdade

Os desafios que o Brasil enfrenta hoje — corrupção, burocracia, desigualdade, insegurança pública, precariedade na saúde e educação, déficit habitacional e abusos de autoridade — são marcas profundas de uma história que moldou o país sob a égide da exclusão e do privilégio. Desde a colonização e a escravidão, passando pelo poder no Império e a perpetuação da desigualdade na República, o Brasil carrega o peso de um passado que favoreceu uma minoria em detrimento da maioria.

A corrupção e a burocracia, heranças do período colonial, continuam a deslegitimar a confiança nas instituições e validar a ineficiência do Estado. Enquanto isso, a negligência em relação à saúde e à educação condena gerações à segregação social. A violência, do narcotráfico e de abusos policiais, é um reflexo direto das estruturas de controle e desigualdade que transformaram a insegurança pública em um ciclo vicioso, enfraquecendo os alicerces da democracia.

Romper com esse passado escravista e autoritário exige coragem e uma visão de futuro que transcenda interesses imediatos. É indispensável desmontar as engrenagens da exclusão por meio de reformas estruturais, investimentos maciços em políticas públicas inclusivas e no fortalecimento de instituições comprometidas com a justiça social. Mais do que mudanças pontuais, é preciso um movimento coletivo da sociedade civil, ancorado na história, mas voltado para a construção de um país mais justo e igualitário.

Pois bem, sob a perspectiva da história, está claro que grande parte da classe política brasileira continua a tratar o Estado como um butim de disputas privadas, negligenciando as necessidades da população pobre. Como bem destacou o historiador Raimundo Faoro: "O Estado brasileiro nasceu como um Estado de elite, e isso se reflete até hoje." Este legado de exclusão e privilégio precisa ser confrontado com coragem e propósito, para que o Brasil possa reescrever sua trajetória, substituindo a opressão por oportunidade e a desigualdade por justiça social.