Saiba qual é a jogada política sobre a nova Ouvidoria de SP
Insatisfeito com a atual Ouvidoria e diante das duras críticas à violência policial em São Paulo, o governador Tarcísio Freitas toma uma decisão polêmica ao criar uma segunda Ouvidoria, subordinada ao secretário de segurança Guilherme Derrite, com o objetivo de centralizar a segurança pública.
Essa é uma jogada estratégica, que trás à tona uma série de dúvidas sobre suas intenções reais e o impacto que ela vai causar na fiscalização da atividade policial.
A verdade: a nova estrutura de Ouvidoria é uma manobra política para enfraquecer a Ouvidoria existente.
Para a OAB-SP, essa mudança não contribui para efetivar os mecanismos de controle e transparência na segurança pública, e essa preocupação é totalmente válida.
De outro lado, especialistas entendem que a Ouvidoria atual é vítima de abandono oficial e sofre ainda com a precarização de recursos.
A grande questão é: por que criar uma Ouvidoria se a anterior já existe?
Dono de um perfil reacionário e autoritário, o governador busca centralizar o controle da narrativa oficial sobre a atuação policial, reduzindo exponencialmente a pressão sobre a polícia e ocultando os abusos cometidos pelos agentes.
Com essa estratégia, Tarcísio não apenas consolida o controle da narrativa, mas também pode abrir caminho para a omissão de possíveis abusos e desvios de conduta policial, comprometendo a transparência que a sociedade tanto quer.