Qual democracia?

Ah, a palavra “democracia”. Tão bonita, tão utópica, tão… conveniente. Um manto de algodão que muitos insistem em usar para cobrir feridas abertas. Mas vamos ao cerne da questão: de que democracia estamos falando? Da que o Ocidente adora esfregar na cara dos outros, ou daquela que Cuba e Venezuela tentam vender como um bilhete premiado? Porque, sejamos francos, aqui ninguém está distribuindo santinhos de eleição com a consciência limpa.

Cuba, por exemplo, é aquele vizinho que vive dizendo que a casa está em ordem enquanto os móveis estão caindo aos pedaços. Sim, saúde e educação gratuitas, palmas para isso! Mas tente reclamar que a comida está cara, e o governo logo manda você “repensar suas prioridades”. É como se dissesse: “Tem arroz e feijão? Então, cale-se.” Liberdade de expressão? Bem, parece que o vocabulário revolucionário esqueceu de incluir essa parte.

E a Venezuela? Ah, a Venezuela é uma tragicomédia. Um país rico em petróleo, mas pobre até na iluminação das ruas. Por lá, as urnas são mágicas: você vota e, por mais que o número de eleitores não feche, o resultado sempre favorece quem está no poder. Milagre democrático? Talvez. Ou talvez seja só aquele bom e velho autoritarismo mascarado, onde quem levanta a voz acaba conhecendo a “democracia do cárcere”.

Mas espere. Antes de começarmos a atirar pedras, é bom olhar para o quintal de casa. Afinal, será que somos tão diferentes? Aqui também adoramos falar de democracia enquanto desviamos verbas públicas e transformamos o Congresso em um balcão de negócios. Falam que a imprensa é livre, mas as manchetes parecem dançar conforme a música de quem paga mais.

A verdade é que a democracia virou um produto de marketing. Os governos a moldam como bem entendem, transformando um sistema de direitos em um jogo de manipulação. De Cuba a Venezuela, passando pelo Brasil e pelos Estados Unidos, cada um reescreve as regras ao seu gosto, e o povo… bem, o povo paga a conta.

No final, a pergunta que fica é: qual democracia queremos? A que silencia? A que mente? Ou a que simplesmente não existe? O mais irônico é que, enquanto discutimos qual modelo é menos falho, seguimos andando em círculos, presos em nossas próprias contradições.

Estêvão Zizzi
Enviado por Estêvão Zizzi em 25/11/2024
Código do texto: T8205217
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.