PEC pela jornada 4x1 e a resistência dos conservadores

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), defendida pela deputada federal Erika Hilton (PSOL), propõe a redução da jornada de trabalho para quatro dias semanais, totalizando 36 horas. Essa medida almeja adaptar o mercado de trabalho às mudanças sociais e tecnológicas que estão ocorrendo em todo mundo.

Contudo, a proposta enfrenta forte resistência de partidos políticos de extrema-direita e centro-direita: Partido Liberal (PL), Progressistas (PP) e o Partido Social Democrático (PSD). Tais partidos alegam que a redução da carga horária poderia aumentar os custos das empresas, impactar a competitividade econômica e limitar a criação de empregos, privilegiando, assim, os interesses empresariais. Lembrando que esses políticos 'trabalham'' apenas três dias por semana.

Os empresários, por sua vez, expressam preocupação com a possibilidade de perda de produtividade e com a redução do lucro, ou seja, revelando que isso não é verdade. Essa postura prioriza o ganho em detrimento das condições de trabalho e do bem-estar dos trabalhadores.

Para os trabalhadores, contudo, uma jornada de quatro dias representaria benefícios significativos: mais tempo para descanso, melhor qualidade de vida, aumento da produtividade, e redução de fadiga e estresse. Tais aspectos indicam que a PEC responde a demandas trabalhistas e a necessidades de saúde mental e física, que têm sido amplamente ignoradas no debate econômico pelo empresariado e políticos.

A oposição à PEC demonstra um apego conservador às estruturas tradicionais de trabalho, favorecendo uma economia que prioriza ganhos empresariais ao máximo e minimiza reformas que poderiam trazer avanços significativos para os trabalhadores. A proposta de Hilton tem fundamento e não é isolada. Por exemplo, países como França e Alemanha já adotam jornadas semanais médias de 35 horas, sugerindo uma tendência mundial de redução da jornada como um caminho para o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, algo essencial para o futuro das relações de trabalho.