Sobre a diferença entre o nacionalismo performático (à direita) e o concreto (à esquerda) no Brasil

Nacionalismo performático é uma forma superficial de demonstração de sentimento nacionalista, de amor à pátria, que se centraliza em relação a símbolos abstratos, como a bandeira, mas não em um sentido mais literal e concreto, em que se busca, de fato, pelo desenvolvimento ou melhoria e também pela defesa do próprio país. No Brasil, é a direita que o expressa por suas crenças e políticas públicas, desde uma valorização acentuada de artistas internacionais sobre os nacionais, até à sua sanha de sempre querer "privatizar" e/ou "vender" empresas brasileiras para estrangeiros. Por isso, sua fama de ser "entreguista". Então, também existe o nacionalismo concreto, que contrasta em relação ao performático justamente por enfatizar ações mais literais de defesa pelos "interesses nacionais" ao invés de se enfatizar em símbolos abstratos com o intuito potencialmente intencional de apenas fingir um sentimento patriótico, enquanto age de maneira frequentemente oposta. Pois no Brasil é a esquerda que, por suas crenças e políticas, expressa um nacionalismo mais concreto, a priori, independente do quão eficientes e/ou embasadas estão, desde o incentivo à cultura nacional até às suas ideias de protecionismo econômico. Outros exemplos de contraste entre o nacionalismo performático e o concreto no Brasil: o interesse da esquerda em combater a pobreza e as desigualdades sociais, enquanto a direita tende a priorizar o lucro da "elite" econômica; a defesa da esquerda pelo desenvolvimento da agricultura familiar, principal responsável pelo abastecimento interno de alimentos, e da direita pelo agronegócio, em que parte significativa de sua produção vai para o exterior.

Mas vale lembrar que a dinâmica brasileira, em que é a esquerda e não a direita que expressa um nacionalismo mais concreto, não é um padrão universal e nem sempre demarcado ou nítido, se performatismo e concretismo patrióticos podem se manifestar simultaneamente de maneira bem distribuída ao longo do espectro político-ideológico, o exemplo do nacionalismo irlandês, historicamente de esquerda, que também pode ser considerado "entreguista" por ter sido associado a agendas "globalistas", como o "multiculturalismo", de perda gradual da identidade e da soberania nacional a partir de políticas imigracionistas.