SEM POVO NÃO TEM LUTAS! SEM AS MASSAS NÃO SE AMASSA!
Que situação chegaram os Hospitais Federais do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro, que na realidade se deterioram há décadas, e a decadência começou, que contradição, justamente quando o INAMPS fechou.
O SUS não foi concebido, após a reforma sanitária, e a nova constituição federal de 1988, em 1990, voltado à alta complexidade, à assistência e gestão hospitalar complexa, especializada e de alto custo, pois se materializou, como uma aspiração do Movimento Sanitário Brasileiro, para enfrentar o paradigma epidemiológico do país, deficitário na atenção básica e carente de pronto atendimento aos agravos endêmicos e recorrentes na maioria da população empobrecida desta nação.
O SUS desponta com dois grandes desafios:
- Melhorar todos os indicadores epidemiológicos do Brasil,
- Universalizar a Porta de Entrada do Sistema de Saúde Pública Brasileiro, com equidade e hierarquização.
A partir, desses dois Desafios de Base, o SUS foi sendo reativo às demandas sanitárias e de morbidade que chegavam à Porta de Entrada do Sistema e/ou eram identificadas/os pelos indicadores de saúde e doença, que afetam à vida do povo.
A Urgência de tudo, neste país desgraçadamente desumano, escravocrata, racista, com uma das mais perversas elites corruptas, dominantes e exploradoras, do planeta Terra, não teria como não infestar e infectar o SUS, com teses contraditórias, ações e atitudes imediatistas, que progressivamente foram se afastando de um Modelo Público-Estatal para um Arcabouço Privado-Público, e nesse modelo descentralizador, que venceu e convenceu, mentes e espíritos, a terceirização e a privatização derrotaram o SUS de Estado.
Desde, o governo Collor, ampliado nos do FHC, com o economista José Serra, que o status quo da elite médica até hoje diz que "foi o melhor ministro da saúde do Brasil", no que discordo, em gênero, número e grau, o SUS vem levando 'Choques de Neoliberalismo', no seu cérebro, uma verdadeira lobotomia nos seus princípios constituidores, no que desencadeou esquecimentos e/ou traições às intenções de origem da Reforma Sanitária Brasileira e todo um sonho, e uma utopia, de que Saúde é um direito de todos/as e dever do Estado.
A lobotomia neoliberal levou a traição de princípios e a negação da ideologia político-sanitária de esquerda, que cancelou o artigo 196, da constituição federal de 1988, e vem dando relevância e ressonância ao artigo 197, dessa mesma constituição, dita cidadã, num país que despreza a cidadania.
O século XXI inrompe na mais absoluta égide do financeirismo rentista, pouco se produz, muito se especula, onde o SUS se vê cada vez mais apagado nas suas bases de princípios e finalidades, e universalizado pela emergência da financeirização e dos lucros do Mercado da Economia das Doenças.
Nesse pressuposto, ultra neoliberal, saúde passa a ser o direito de uma minoria, de certas elites, e dever dos planos de saúde privados, pagos individualmente, empresarialmente ou em autogestão, co-financiados pelo Estado, seja por incentivo fiscal ou por renúncia fiscal, e pseudo regulado por uma agência reguladora capturada e/ou cooptada pelo Sistema Capitalista.
Fato, e vou finalizando essa opinião reflexiva, que se até a atenção básica foi sendo desconstruída, veja a crise vacinal que ora enfrentamos, e a atenção secundária especializada até hoje pouco implementada, num SUS 80% (oitenta porcento), nas mãos da iniciativa privada, centralizado em urgência e emergência, UPA, SAMU, Pronto-Socorros, não se devia ter acreditado que a Atenção à Alta Complexidade, hospitalar, policlínica, laboratorial e de imagens, fosse n'algum tempo a prioridade dos governos, da União e/ou dos Estados Federados, que municipalizaram o 'primário' e desfinanciarizaram o 'superior', fui claro?
A saúde para as massas populares, para a Classe Trabalhadora, que se virem os municípios, e para as elites e setores médios, que se utilizem do mercado ou apelem para a judicialização, na disputa pelos leitos SUS que ainda restam.
O Caso HIV, nos transplantes, no RJ, novembro de 2024, barbaridade, é a cal sobre um caixão de um corpo insepulcro.
Concluo, constatando que a resistência de alguns trabalhadores, por preservar o princípio estatal do SUS, entrincheirados, no Hospital Federal de Bonsucesso, vanguarda dos demais HFMS-RJ, será infelizmente inglória, pois sem povo não há lutas, sem as massas não se amassa um sistema de exploração, não se constrói a necessária revolução.
A polícia está invadindo o HFB, uma milícia do Estado Neoliberal, e o povo oprimido não marchou em defesa do seu hospital.
A distopia venceu o PT.
Lula, cadê você?
Brasil, 15 de Novembro de 2024.