A EMERGÊNCIA DA REFORMA POLÍTICO-PARTIDÁRIA NO BRASIL
O voto tem que ser partidário, em listas definidas, em assembléia deliberativa, convocada pela executiva municipal, estadual e nacional dos partidos políticos brasileiros.
O que acompanhamos, nessas eleições municipais de 2024, no processo eleitoral brasileiro, foi a primazia do voto absolutamente personalista, nominal-oportunista e encapsulado pelo poder político-econômico, num cenário que só favorece a especulação financeira, a corrupção econômica e a consequente compra do voto dos eleitores.
Não precisa ser especialista em eleições para saber que o beneficiado sempre será a burguesia, numa eleição personalizada, onde partidos políticos endinheirados, da extrema-direita ao centrão político, sempre sairão vencedores e se perpetuarão no controle dos parlamentos e executivos, em toda a federação brasileira.
Se agrava, o fato da população brasileira ser pouco politizada, culturalmente individualista e muito dependente do assistencialismo da máquina pública e do clientelismo político-paternalista.
A população é condicionada a dizer que vota em pessoas e não em partidos políticos, numa manipulação cristalizada pelas elites dominantes, que difundem a crença que quem faz política é o voluntarismo pessoal, a meritocracia representativa, e não os estatutos, programas e projetos partidários, que são constituídos por coletivos, e não por certos indivíduos, dando mais importância a persona do que a comunidade organizada.
Não vejo, camaradas, companheiros e companheiras, amigos e amigas, outra forma de aperfeiçoar a democracia burguesa, por dentro do sistema capitalista, que não seja pela reforma político-partidária, que implante e implemente o voto exclusivamente em listas, de nominata partidária, definidas coletivamente pelos filiados nos partidos políticos.
Assim não sendo, mantendo às eleições, como até hoje as são, continuaremos a assistir o utilitarismo e o poder econômico corrompendo os eleitores e impedindo a plenitude da democracia-popular no Brasil.