Eleições 2024. O Voto Dentadura !
Inicia-se mais uma vez a temporada dos missionários das juras, os tenores prediletos do “povo”, escolhidos a dedo para compor o espetáculo eleitoral. Uma verdadeira feira livre se forma diante de nós, um mercado de promessas em praça pública, onde o pacifismo social se converte em um desfile grotesco. Ali, favores são trocados como mercadoria, a oportunidade é tratada como moeda, e o discurso padrão ganha palco nas almas incautas: “Eu prometo, eu faço, eu realizo…”. É a velha barganha eleitoral, a mesma que invade nosso país de norte a sul, sem o menor pudor. Poliglotas experientes, esses personagens falam tantas línguas quanto forem necessárias para agradar suas plateias. Aos famintos, prometem a multiplicação dos pães; aos banqueiros, a segurança dos lucros astronômicos; aos trabalhadores, o dobro de oportunidades; aos LGBTQIA+, a união estável; aos negros, a ilusão de igualdade; e aos miseráveis, um sorriso completo — com dentaduras, claro! Tudo em nome da tão venerada Democracia. Engels estava certo quando falou dessa raça: “Ao museu das antiguidades, ao lado da roda e do machado de bronze.” Esse Homo Faber busca apenas um objetivo: manter o povo na eterna condição de “bons animais”: burros, bestas, jumentos, que carregam o fardo, cegos pelo cabresto. Palmas para Sorel e sua massa de sentimentos irracionais. Até quando continuaremos a acreditar nessa utopia nefasta, que se sobrepõe ao próprio estatuto de divindade suprema? Não seria mais sensato criminalizar a “jurisprudência” das promessas não cumpridas? Se isso fosse feito, muitos políticos voltariam ao seu estado original: desdentados, famintos e pobres. No entanto, talvez pela primeira vez, teriam algo inédito: decência e dignidade. Quem sabe um dia a falência moral que permeia essas campanhas seja capaz de despertar a consciência adormecida?