RESISTÊNCIA E DESENVOLVIMENTO NA ESTEIRA DA EVOLUÇÃO
RESISTÊNCIA E DESENVOLVIMENTO NA ESTEIRA DA EVOLUÇÃO
VALÉRIA GUERRA REITER
“A resistência é interpretada de uma maneira totalmente diferente. É entendida como a capacidade de não permitir analisar o inconsciente. Como reação, várias manifestações ocorrem. Essa resistência depende da psique e do humor dos indivíduos. Muitas vezes essa resistência surge pelo quão difícil ou doloroso é realizar o processo proposto pela psicanálise”.
E do ponto de vista histórico, sabemos como fora o aparato exploratório e colonialista em nosso território vasto e rico. Desenvolvimento e evolução, por exemplo são conceitos parecidos, porém não iguais. Adaptar/evoluir ocorre naturalmente na biosfera.
O apêndice já foi um órgão que degradava celulose, porém com a mudança na estrutura orgânica dos nossos antecessores chamados de primitivos; o órgão em questão se tornou obsoleto em sua funcionalidade ancestral. Ele ainda não desapareceu, e quando inflama, precisa ser retirado, para não infectar o organismo de forma generalizada: isto seria fatal para o todo organismal. O homem chamado “menos desenvolvido” pode sorver vegetais, como o hominínio Homo habilis.
O desenvolvimento humano social, ainda não evoluiu em todas às direções, ao mesmo tempo; e para todos - pelo contrário - é um fenômeno que se dá em bolhas; bolhas de sucesso financeiro. E nem todos conseguirão alcançar tal plenitude; formatada para uns, com pleno sucesso para alguns, e fadado ao insucesso para uma grande maioria. A psicologia fala da resistência, como expresso no primeiro parágrafo.
Somos frutos, sim, de uma evolução. E a educação também é fruto social desta evolução. De forma difusa, como imitadores de práticas, ou adentrando universidades, nós estamos em processo de alumiação, desde os tempos ágrafos.
A desigualdade nas sociedades nos leva a observar que a prática da espoliação é o modus operandi da evolução social. Desenvolvimento? Etimologicamente, sua significação é “desenrolar algo”, ou seja, mudar uma ação, chegar a um momento de fazer rolar, fazer girar. Como podemos estar aqui, ainda, com um órgão vestigial, que no passado nos oferecia a capacidade de assimilar o componente chamado de celulose...
O apêndice, ainda possui função hoje, ele mantém bactérias armazenadas em seu tecido com a finalidade de auxiliar na digestão humana, e de certa maneira, também possui células protetoras, que fisiologicamente são imunológicas. Porém, seu futuro será desaparecer um dia, assim, como a cauda preensil desapareceu, por conta da adaptação humana ao bipedismo. Suas mãos se tornaram aptas ao plantio e a colheita. Afinal de contas, com ou sem apêndice, estamos nos desenvolvendo e também resistindo às mudanças...
Será que todos tem a mesma capacidade de resiliência e de resistência em um mundo desigual?
Resistir a goécia maldita da desigualdade é preciso, para que o efeito do girar, ou de desenrolar das ações benéficas, sejam plenos, e não parvos, na esteira do desenvolvimento: para todos e todas.
Líderes, seres humanos são presos, assassinados, mas a ideia do bem: não perece, ela cresce , como flor de resistência, e transforma a tara do lucro em desenvolvimento equânime...