Pensando com a própria cabeça, ou macaqueando idéias sem pé nem cabeça.
É fácil saber se uma pessoa está a pensar com a própria cabeça ou a macaquear certas verdades sem pé nem cabeça: basta contar-lhe histórias, e ouvir-lhe, atentamente, os comentários.
Uma história: Confrontaram-se, em Belo Horizonte, policiais e bandidos, e um dos policiais matou um dos bandidos.
Outra história: Durante um tiroteio, em São Paulo, um bandido matou um policial.
E quais comentários se ouve após se contar estas histórias?
Algumas pessoas choram a morte do bandido, condenam o policial que o matou, e diz que o bandido que, em São Paulo, matou o policial é uma vítima da sociedade e que o policial assassinado é um agente da opressão capitalista burguesa de um governo fascista e genocida. Outras pessoas, tergiversando, fazendo-se de isentos, e moral, e intelectualmente, superiores, apresentando, assim dão a entender, uma análise objetiva, desapaixonada, dos fatos, evocam renomados pensadores, para, ao final, declararem, orgulhosos da sofisticada evolução dos argumentos que apresentaram, que os bandidos são vítimas sociedade, e não bandidos, e que os policiais são seres abjetos, assassinos crudelíssimos, e que a letalidade policial é uma chaga social, e pedem pelo fim da polícia. E outras pessoas, as que para muita gente, são retrógradas, preconceituosas, atrasadas, elogiam os policiais, lamentam a morte do policial assassinado, e oferecem condolências aos familiares dele, e afirmam, de viva voz, que bandido é bandido e porque bandido tem de ser tratado como tal.
Ouvindo-se tais comentários, sabe-se quais valores as pessoas que os emitem defendem.