Escola militar e educação domiciliar, e a intolerância dos tolerantes.
Pessoas querem estudar em escolas públicas. Estudam. Pessoas querem estudar em escolas particulares. Estudam. Pessoas querem estudar em escolas católicas. Estudam. Pessoas querem estudar em escolas militares. Estudam. Pessoas querem estudar em casa. Estudam. Pessoas não querem estudar. Não estudam.
Toda pessoa que se apresenta como defensora da liberdade tem a obrigação moral de respeitar de cada pessoa a decisão de estudar nesta e não naquela escola, ou em nenhuma escola, mas em casa, ou não estudar o que quer que seja, caso assim deseje. O que se vê, no entanto, sempre que se pôe na mesa a educação domiciliar e a escola militar, é gente que se tem na conta de herói da Liberdade mover mundos e fundos contra elas, e xingar de tudo quanto é nome quem as defende. Por que tanta raiva àqueles que defendem escola militar e educação domiciliar?
Da cabeça das pessoas que defendem a educação domiciliar e a escola militar e da das pessoas que decidem por uma destas formas de educar-se está o desejo, a vontade de obrigar todas as pessoas a optarem por uma delas? Não. Da cabeça delas, um pensamento: "Quem quiser estudar em escola militar, estude; quem quiser estudar em casa, estude. Cada um que faça o que bem entender. Uma cabeça, uma sentença."
Inspiraram-me as palavras acima uma história que um passarinho me contou: O governo do Estado de São Paulo faz legal a escola militar, assim concedendo a quem o desejar nela estudar; mas há uma turminha da pesada, tolerante e amável, turminha que não quer porque não quer que estude em escola militar quem nela deseja estudar; turminha, tão pacífica! tão democrática! tão gente boa! tão tolerante! que armou uma arruaça, não sei onde, para impedir que o governo do Estado de São Paulo admita àqueles que querem estudar em escola militar o direito de estudarem em escola militar. E o que tal turminha alega contra a escola militar? Qualquer coisa que as minhocas que lhe recheiam a caixa craniana lhe inspiram.