"Meu casebre, minha vida" é a Khrushchevka (krushóvka) brasileira
Líderes soviéticos desde Stalin se sucederam na "missão" de combater o déficit de moradias construindo muitas delas para a população da URSS. Cada um se destacou por um estilo específico, mas, até o final do regime soviético, ficou claro que a intenção não era de oferecer moradias de qualidade para a grande população da outrora superpotência, especialmente para a sua classe trabalhadora. Uma das mais numerosas e conhecidas por aquelas bandas recebeu o apelido de Khrushchevka (krushóvka), porque foram construídas durante o regime de Nikita Khrushchev, logo depois de Josef Stalin. São quadrados cinzas com vários apartamentos pequenos e instalações não muito confortáveis que continuam a servir de casa para muita gente nas ex repúblicas socialistas.
Ok. A intenção era dar moradia pra todo mundo. Mas por que não moradias boas, de qualidade?? Afinal, o pobre ou aquele que não é "de elite" não merece uma casa confortável, bonita e com bom espaço para morar??
Pois desde o segundo governo Lula, aqui, no Brasil, que também entrou em vigor essa ideia, em forma de política pública, de combater o déficit da casa própria ajudando especialmente a classe trabalhadora a ter sua própria residência. No entanto, o modelo excessivamente modesto de moradia popular (sujeito à carências) que foi adotado parece até que foi copiado do modelo que prevaleceu na ex União Soviética (e em outros países da cortina de ferro). Não é à toa que alguns começaram a chamar os apartamentos e as casas construídos e financiados pelo governo brasileiro, particularmente pelos governos petistas, de "meu casebre, minha vida", em tom satírico ao nome oficial "minha casa, minha vida". E ainda tem como piorar, porque, além das condições físicas muito simples, também apresentam outros inconvenientes como de serem aleatoriamente distribuídos entre os interessados, resultando, por exemplo, em famílias trabalhadoras e honestas com vizinhos de casa ou apartamento com longa ficha criminal.