O Bolsonarismo tem culpa, sim, na tragédia do Rio Grande do Sul
A máscara do governo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que é mais alinhado com o bolsonarismo, está caindo. A matéria de Jorge Abreu na Folha, cujo título é "Leite mudou quase 500 normas ambientais em 2019", começa da seguinte forma: "O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), alterou cerca de 480 normas do Código Ambiental do estado em seu primeiro ano de mandato, em 2019. A medida, sancionada em 2020, acompanhou o afrouxamento da política ambiental brasileira incentivada, à época, pelo então ministro Ricardo Salles, do MMA (Ministério do Meio Ambiente), no governo Bolsonaro." Era a velha política do ministro de Bolsonaro, Ricardo Salles, de "passar a boiada" nas questões do meio ambiente, cujas graves consequências estão sendo evidenciadas agora.
É a velha postura negacionista dos apoiadores de Bolsonaro, que agora espalham fake news sobre a tragédia no Rio Grande do Sul e até hipocritamente comparam-na com o show da Madonna, como se não fossem os próprios culpados por essa catástrofe ambiental.
Outra matéria brilhante foi a do colunista da Globo, Bernardo Mello Franco, que escreveu "É preciso, sim, politizar a tragédia climática". No texto, o autor argumenta que o prefeito de Porto Alegre não aplicou um centavo no sistema contra enchentes em 2023 e que o governador Eduardo Leite patrocinou o desmonte da legislação ambiental do estado. Aprovadas em 2019, as mudanças afrouxaram as regras de licenciamento, liberaram o corte de árvores nativas e reduziram a proteção de rios e nascentes. Isso está de acordo com o texto de Jorge Abreu, que afirma que essas medidas fizeram parte da política de afrouxamento do ministro Ricardo Salles.
Há menos de um mês, Eduardo Leite sancionou outra lei que permitiu a construção de barragens para o agronegócio em áreas de proteção permanente. Agora ele dá entrevistas vestindo um colete da Defesa Civil e pede um "Plano Marshall" para recuperar o que foi destruído, escreve Bernardo.
Esses dois textos mostram que a crise no Rio Grande do Sul tem origem, sim, política, e que devemos politizar a questão e nos perguntar quais interesses escusos motivaram o afrouxamento das leis ambientais. Para defender que interesses políticos de endinheirados? Seria o agronegócio? É por isso que esse setor apoia tanto o bolsonarismo!