Os racistas que são racistas e os racistas que não são racistas.
Um homem branco diz: "Odeio os negros! Todos os negros são imundos! Morte aos negros!"
Toda pessoa que tem, se muito, um milésimo de um neurônio, diz: "Tal homem é racista."
Um homem negro diz: "Odeio os brancos! Todos os brancos são imundos! Morte aos brancos!"
Toda pessoa que tem, se muito, um milésimo de um neurônio, diz: "Tal homem é racista." E há pessoas cujas caixas cranianas estão recheadas de minhocas (uso um eufemismo, pois sou um homem de bom berço) que, ao ouvirem o homem negro falar dos brancos o mesmo que o homem branco falou dos negros, discorrem: "Ao contrário do homem branco, o homem negro não é racista porque a estrutura do poder social está concentrada em mãos de capitalistas europeus, supremacistas brancos de masculinidade tóxica, burgueses heterossexuais binários homofóbicos e transfóbicos promotores do aquecimento global e das mudanças climáticas, neoliberais de inspiração mercantilista feudal, extremistas da direita radical, que, há séculos, exploram, e escravizam, e dominam toda a..." e blablabla, e blablabla. Falam palavras sem fim com um único fim: defender uma idéia indefensável, sem pé nem cabeça, que ouviram, em bancos escolares, e leram, em livros de intelectuais renomados, idéia que não fica em pé ao primeiro sopro. Ora, se o que o homem branco disse dos negros revela dele o racismo, e sendo que o que o homem negro falou dos brancos é coisa que tem valor igual ao que o homem branco disse dos negros, então, é óbvio, se o homem branco é racista, então o homem negro também o é. Toda a tagarelice dos tipos dados à vida intelectual que inventam mil e um artefatos argumentativos para sustentar uma idéia estapafúrdia, apontar diferenças entre duas coisas idênticas, nada mais é do que fruto ou da nossa velha conhecida desonestidade, ou da ainda mais velha loucura.