A COERÊNCIA DA INCOERÊNCIA
A COERÊNCIA DA INCOERÊNCIA
Carlos Roberto Martins de Souza
“Dá porrada no Chico Lopes. Eu até sou favorável que a CPI, no caso do Chico Lopes, tivesse pau de arara lá. Ele merecia isso, pau de arara. Funciona! Eu sou favorável à tortura, tu sabe disso. E o povo é favorável a isso também”, disse Bolsonaro em uma entrevista ao programa Câmera Aberta, da TV Bandeirantes... Estou estudando o Novo Testamento e sua relação com o bolsonarismo, busco ver se encontro alguma compatibilidade entre ambos. Antecipo que esta possibilidade é nula. Cheguei à morte de Jesus, e um fato me chamou a atenção, a execução da pena. Hoje, num cumprimento de sentença de morte, o condenado leva segundos para morrer. Tem-se todo o cuidado para minimizar o sofrimento físico da pessoa, existem leis específicas. Pois bem, Jesus foi torturado até a morte, por seis horas ele agonizou cravado no madeiro, isto depois de carregar aquela pesada cruz, sabe-se lá, por quanto tempo. Seu julgamento foi uma farsa, uma agressão à justiça. Inocente, Ele morreu como marginal. Quando vejo um sujeito criminoso, que dizem os evangélicos ser um cristão, afirmar que é a favor da tortura, e olho para as cenas da morte de Cristo, vejo que há um emaranhado de mentiras de ambas as partes, tanto de Bolsonaro, quanto dos crentes. Não há o mínimo de coerência entre o que eles defendem e o que alardeiam ser, “CRISTÃOS”. Se ele, Capetão Broxonaro e seus seguidores defendem a tortura, obviamente que estão dizendo, com todas as letras, que o que fizeram com Jesus é correto, é digno de aprovação, é normal, faz parte. É uma dedução lógica, incontestável. O estranho é alguém dizer-se seguidor de Cristo, mas ao mesmo tempo defender os métodos usados para matar justamente Ele, o Messias. É surreal! Aquele espetáculo a céu aberto, com toda a crueldade, 2024 anos depois, massageia o ego e serve de referência para práticas defendidas pelos evangélicos. É inimaginável! É algo que nem mesmo a psiquiatria ou a psicologia moderna explicam. A atitude de exaltação do ódio praticada por Bolsonaro, contaminou, de forma vergonhosa, a igreja evangélica, a cultura da violência, que enaltece a ira e a raiva, foram plantadas nos templos, gerando uma situação criminosa por parte dos evangélicos. Veja o que disse Hitler: “Existe, vivendo entre nós uma raça não alemã”, o mesmo pensamento de Boçal Nero hoje, para ele, a esquerda é uma raça que precisa ser eliminada, os métodos não importam. Tais metodologias inclui a tortura, pois ela, segundo o terrorista Broxonaro, é eficiente nos resultados. Tem mais, além de serem apoiadores da tortura física, que já é algo demoníaco, infernal, os pastores de hoje, e são TODOS, praticam a “Tortura Psicológica” como forma de amedrontar as pessoas, eles, de forma COVARDE, pregam o terror dentro das igrejas. Eles são especialistas em causar o terror... Se você não fizer, Deus te castiga! Se você não ofertar, não será abençoado! Pregam o terror, pior, praticam, pois centenas destes “homens de Deus” frequentaram os acampamentos terroristas brasil a fora, apoiaram atos contra a democracia, bancaram com dinheiro, e participaram ativamente das badernas de 8 de janeiro. A Papuda e a Colméia não deixam duvidas. O cristianismo, é para eles, apenas um meio para um fim, satisfazer a cobiça por dinheiro e poder. A ideia dos líderes evangélicos é de que uma “higiene política”, com o extermínio da esquerda, pois é importante para a saúde de uma nação, e principalmente da igreja, isto evitaria serem perseguidos por amor à Cristo, a quem não nutrem nenhum amor. O texto abaixo foi suprimido da Bíblia dos evangélicos: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama, e Eu os amarei, e me manifestarei a eles” - João 14: 21. A observância deste verso impediria qualquer relação entre a igreja, os crentes com o bolsonarismo. Os nazistas usavam a suástica como símbolo do regime, e tinha que ser respeitado, no meio evangélico foi adotada um novo modelo da marca nazista, a Bandeira de Israel. Com ela, por ela e para ela, os crentes fazem qualquer trambique, qualquer jogo sujo. A vulgaridade tomou de assalto os templos e quem os frequentam, dá nojo ver um sujeito que dissemina o ódio nas redes sociais, tentando, na igreja, vociferar sobre amor, é cômico. O exemplo destes mercenários e falsos profetas não está baseado na Bíblia, de forma alguma, mas nas suas CONVICÇÕES politicas, ideológicas e pessoais. E é assim, usando Deus como pano de fundo, que estes seres desprezíveis e irracionais, vestidos de “SANTOS”, estão conduzindo milhões de brasileiros para o inferno, e como são ovelhas e não podem se rebelar... É esperar chegar lá para queimar a lã. Séculos depois, os evangélicos bradam: “CRUCIFICA-O! CRUCIFICA-O!, não queremos que Ele reine sobre nós. Queremos Barrabás! A coisa é tão baixa, que criaram um “Deus do ódio”, eles queriam transformar Brasília na “Roma Evangélica”, um Vaticano particular, onde o Papa Bozo I seria o sumo pontífice e representante da igreja evangélica no mundo. Na caso, ele não teria um “Cajado Episcopal”, mas um “Fuzil 0.50" para impor o medo nos seus seguidores. O uso perverso da fé cristã como ferramenta de manipulação da mente humana e algo estarrecedor, emblemático. Ressalto, o falso cristão parece limpo, claro, a seus próprios olhos, ele, tomado pela vaidade e pelo orgulho, faz uso perverso da fé, e faz coisas absurdas. Lembro de um pastor famoso, que depois de dois períodos de jejum, se comprometeu a defender Broxonaro. É o fanatismo na sua mais pura e vexatória forma. Mas a Bíblia tem testos que nunca são lidos nas igrejas, ou se são, é por mera formalidade. Veja este: “...mas o justo pela sua fé” - Habacuque 2:4, mas a questão crucial, é que, por falta de fé, os evangélicos estão vivendo pela “devoção à política”. Eles deram à Boçal um caráter messiânico, a ele juraram fidelidade completa, diante disto, as “Boas Más Obras” tornaram-se roteiro obrigatório dentro das igrejas, não basta fazer a coisa ruim, tem que ser bem feito, é preciso ser com esmero e dedicação, tudo para que acreditem que há boas intenções no que praticam. Mas Jesus chama a atenção para um detalhe: “Assim BRILHE também a vossa LUZ diante dos homens, para que vejam as vossas BOAS OBRAS e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus” - Mateus 5:16. Quem pratica as “Boas Obras” não precisa fazer propaganda, não precisa de barulho, até porque não há necessidade. Elas, em si, já são a melhor propaganda. Assim Deus é glorificado em nós através da nossa vida e das boas obras que praticamos. Mas um levante religioso contra a democracia estava sendo preparado pelos líderes evangélicos, e em 2018 começou a ser executado, colocaram um amante da ditadura no poder, e jogaram tudo para tentar colocar nele uma capa de o melhor homem do mundo. Houve um reboliço, as pessoas foram levadas a um estado de histeria coletiva onde a exaltação do ódio é o combustível capaz de incendiar a mente doentia de milhares de pessoas. O ódio religioso praticado pelos evangélicos é multidenominacional, ele tem por objetivo, através da diversidade de opções das práticas de culto, enganar e estimular a fúria contra a esquerda. Ele é distribuído a granel nos templos, nas casas e nas instituições religiosas. Tem ódio barato, caro, em todos os tamanhos e cores, tem até embalado em páginas da Bíblia. Tem com a cara pintada nas cores verde amarelo, marchando pelas avenidas, sem se dar conta que está sendo combalido pelas próprias feridas. Só um detalhe, o Bolsonarismo é um “ferida” na história das igrejas evangélicas, um câncer em metástase, incurável. Resta-nos levantar, sacudir a poeira da ignorância levantada nos quatro anos do banditismo no poder, e tirar a vida na certeza de que a democracia é o melhor antídoto contra toda a sorte de insurreição política. Fora isso, é contar com a sorte para não sermos vítimas dessa febre maligna, e nem portadores dessa hemorragia pública vomitada nos templos evangélicos e nas redes sociais, e que o amor nos habite em abundância, para todo sempre, amém.