Chamar alguém de esquerdista virou xingamento?

Um dos argumentos que demonstram a superficialidade dos defensores da extrema-direita é que eles simplesmente rotulam aqueles que se opõem a eles como esquerdistas, muitas vezes sem entender o que isso realmente significa.

 

Reinaldo Azevedo, brilhante jornalista, conta a história de um taxista com quem ele pegou uma corrida e, ao passar pela Universidade FAAP, uma das mais caras do Brasil, disse que lá tinha muitos esquerdistas. Reinaldo então retrucou que lá é como em todos os outros lugares. O taxista, por sua vez, afirmou que os esquerdistas estão demais, ao que Reinaldo perguntou se, para ele, o movimento de trabalho nos últimos anos tinha aumentado ou diminuído. O taxista respondeu que aumentou, admitindo que o novo governo é responsável por isso. Essa é a impressão geral que os brasileiros têm tido com o governo Lula, de que a qualidade de vida vem melhorando.

 

Mas o que eu quero chamar a atenção é como chamar alguém de esquerdista virou um mote dos ultradireitistas para ocultar sua falta de argumentação. É mais ou menos como os antigos que chamavam alguém de maconheiro só por usar cabelo comprido. Virou algo pejorativo, como chamar alguém de comunista nos anos 60. Na verdade, os direitistas radicais ignorantes nem sabem o que significa essa palavra e o que é ser de esquerda. Eles usam essa denominação apenas para ofender seus adversários políticos sem a mínima noção da etimologia da palavra.

 

A maioria dos brasileiros de baixa instrução aceita a falta de argumentos que lhes chegam por meio das fake news, um projeto político do ex-presidente do Brasil. Havia até um gabinete específico para isso, visando dominar as massas acefalas. No entanto, há também pessoas instruídas, como no setor de agronegócio, que caem nessas notícias falsas por pura e simples cegueira ideológica, desconsiderando a evidência de que o setor nunca lucrou tanto como no governo Lula. O BNDES nunca ofereceu tanto crédito para subsidiar projetos de infraestrutura no Brasil, incluindo o plano Safra de tamanha envergadura. Portanto, o governo precisava investir em propaganda para dialogar com essa parcela da população. No entanto, como dialogar quando são intransigentes e ignorantes?

 

Recentemente, tive um comentário meu apagado no perfil de Aloisio Rocha de Almeida. Isso é estranho porque ele fala como se fosse um arauto da democracia, mas não permite um simples comentário divergente? Isso apenas evidencia como eles são antidemocráticos. É o quarto bolsonarista que me bloqueia e apaga meu comentário, não permitindo o diálogo. E ele diz no seu perfil: "Cada um que pense o que quiser sobre tudo o que for e que esteja dentro das mesmas. É óbvio que respeitarei toda e qualquer opinião contrária. Mas não há nenhum interesse em manter discussões desnecessárias neste espaço. Só não exporei comentários de incógnitos." Ou seja, Baita contradição.

 

Para eles, eu sou um esquerdista.

Dave Le Dave II
Enviado por Dave Le Dave II em 29/02/2024
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