SOMOS REFUGO DA FEIRA DA INFORMAÇÃO
Difícil estabelecer o início da atividade econômica organizada, mas já 1.500 anos A.C., os fenícios exerciam comercio marítimo, organizado e escriturado, daí para mercados, moeda, escravos, tributos, metalurgia, monopólios, máquina a vapor, revolução industrial, sociedade de consumo, tecnologia das comunicações, informática, economia globalizada e era da informação, foi só um passo de 35 séculos.
A conexão entre algumas das últimas fases é que vou tentar explicar porque poderiam ser um ponto de retrocesso no ritmo da evolução cívica, institucional e intelectual da humanidade.
O ciclo da atividade econômica eu definiria, empiricamente, como inovação, projeto, produção, produto e comercialização envolvendo modernamente estratégias de marketing.
A captação e divulgação de notícias desde a epifania de Júlio Cesar, 21 séculos atrás, com seu jornal Acta Diurna, a 1ª SECON, foi se arrastrando lenta e esporadicamente até a descoberta da prensa móvel de Gutemberg em 1440 e a partir de aí até o primeiro jornal diário de notícias de Leipzig em 1650 a atividade foi mais literária com edição de artigos de fundo e livros diversos passando a partir de aí a focar na divulgação de notícias e opiniões sobre fatos ocorridos ou situações latentes.
Alguns jornais foram sendo fundados e experimentados até que em 1785, em Londres, aparece o The Daily Universal Register que em 88 viraria The Times, e é no século XIX que empresários, políticos e governos acordam para o potencial econômico e doutrinário dos jornais e seus conteúdos, quando aparecem veículos emblemáticos como The New York Times, The Guardian, Agence France Presse, United Press e o nacional Correio Braziliense.
Mas é no final desse século e no decorrer do XX, que a onda de invenções na arte gráfica e especialmente nas comunicações, transformam o jornalismo num colosso econômico pela sua abrangência mundial total, seu poder de propaganda comercial e de doutrinação política, mas perdendo receita pelo praticamente fim da venda do jornal impresso, mesmo substituído pela venda de assinaturas.
O direcionamento desse poder de difusão é que seleciona as duas fontes de rendas do jornalismo, o setor econômico e o setor político, o que nos leva à única conclusão lógica possível, o setor jornalístico tem que entregar sua mercadoria, notícia e análise, aviada e embalada de acordo com a necessidade do cliente ou comprador, pelo que a verdade, a lógica e a isenção não farão necessariamente parte da mercadoria entregue, não bastasse as pressões dos clientes, apareceram umas nuvens negras sobre o setor, a internet, as redes e o celular, e como consequência, milhares de concorrentes a repórter, comentarista, ancora, a praga dos blogueiros e dos Influencers, todos disputando o imenso mercado do sensacionalismo, da desinformação, do proselitismo político, da polarização ideológica, do consumismo, da mentira, da falsa narrativa e, consequentemente, da estupidez humana. As consequências dessa diversidade de fraudes informativas, são o triunfo de políticos absolutamente desqualificados, ausência de líderes bem intencionados e cidadãos minimamente conscientes e bem informados, adoração de ex presidiários e agitadores terroristas, hordas de cidadãos se comportando como débeis mentais, o Q.I. médio nacional recuando anualmente e um país caindo rapidamente no conceito mundial.