Ainda sobre democracia participativa e democracismo

Eu dei um exemplo* de como poderia funcionar um plebiscito em uma democracia participativa, diferente do modelo democrático atual que temos, o representativo, em que esse tipo de evento acontece muito raramente. Mostrei que, para haver um maior equilíbrio, o voto popular deveria ser confrontado com os votos dos grupos mais interessados e de especialistas. Então, percebi que está faltando explicar como seria o processo inteiro, particularmente de antes da votação: da escolha da pauta, dos envolvidos nessa escolha e outros detalhes... Sem mais demora, vamos à continuação dessa explicação.

* Nesse texto: "Exemplo de como evitar que uma democracia participativa se transforme em um democracismo"

Escolha da pauta:

Em uma democracia participativa, tal como eu tenho pensado, a classe política teria uma função importante: a de escolher e agilizar plebiscitos. O partido e/ou os políticos que escolheriam as pautas que considerassem mais relevantes, mas, populares teriam total liberdade para sugerir e até influenciar nesse processo de escolha. A organização virtual do processo de votação poderia ficar a cargo do próprio partido, assim como pessoas de fora poderiam pressioná-lo para agilizar os trâmites legais.

Requisitos para a legitimação de um plebiscito

- Especialmente a quantidade de votantes relativa à população total. Pois, em um processo hipotético de votação de pauta, um número muito baixo de pessoas ou votos seria suficiente para anulá-lo.

- Relevância objetiva do tópico...

E um extra:

Eu também pensei em uma regra em que o resultado de um pleito pode ser confrontado por novo pedido de votação, que pode ser requisitado até três vezes, duas após o primeiro pleito, mas que também dependerá da margem de votos, se apenas os processos com menor diferença que poderão ter seus resultados desafiados por descontentes. E, depois de três vezes, se o desafio lançado não mudar o resultado, a pauta seria arquivada por, no mínimo, cinco anos...