Houve fraude eleitoral em 2.022?
Antes de qualquer outra coisa, sem extrapolar o círculo que a minha consciência alcança: estou a elucubrar considerando única, e exclusivamente, as coisas do meu entorno, os fenômenos que ocorrem ao meu redor, as ações das pessoas da vizinhança, que comigo têm algum tipo de relação - e não sei se tais fenômenos repetem-se em outros círculos em quaisquer territórios brasileiros, não sei se são detalhes que se repetem em outros territórios do painel chamado Brasil.
Ditas as palavras do primeiro parágrafo: não acredito que tenha havido fraude eleitoral em 2.022. E desde que a apuração foi encerrada eu me vejo a comentar, contestando pessoas de meu relacionamento que sustentam ainda hoje a tese da fraude, que fraude não houve, e explico a minha posição: vi pessoas que em 2.014 esbravejaram contra os nordestinos - que votaram em massa na Dilma Roussef, e não no Aécio Neves - e que, em 2.018, não eram nem Bolsonaro e nem Lula, votarem, em 2.022, no Lula; vi pessoas que, apolíticas, desinteressadas da política, a alcunharem de bandidos e corruptos todos os políticos, em 2.018 abstiveram-se de votar, umas, votaram em branco ou nulo, outras, votarem, em 2.022, no Lula; vi pessoas que durante os quatro ano do governo Bolsonaro xingaram o presidente de tudo quanto é nome feio e se diziam nem-Lula-nem-Bolsonaro, em 2.022 votarem no Lula (e estas pessoas não tecem uma crítica ao Lula e seu governo: após quatro anos a defecarem todo tipo de asnidades contra o Bolsonaro, descobriram, milagrosamente, em 2.023, o dom do silêncio sapiencial); e, vi pessoas que votaram, em 2.018, no Bolsonaro, votarem, em 2.022, porque Bolsonaro aliou-se ao Centrão e não comprou vacinas, no Lula.
Não sei que nome dar ao fenômeno nacional que assisti de 2.018 até a presente data, e tampouco tenho para ele uma explicação.
E neste parágrafo de encerramento deste piruá, digo: no meu modesto entender são irrelevantes, para se dimensionar o apoio popular ao Lula, a ausência de povo no desfile do 7 de Setembro e a quase inexistente audiência das laives lulistas. E por que tal eu penso?! Porque os eleitores, apoiadores do Lula o idolatram, independentemente do que ele faça, do que ele diga. Não se interessam em ouvi-lo, pois têm-lo na conta de um ser supradivino, perfeito, infalível: faça ele o que fizer, diga ele o que disser, ele está certo, sempre. Não precisam ouvi-lo para saber que ele disse palavras de sabedoria eterna em favor de bem-estar de todos. As asneiras que ele diz para os seus adoradores não são asneiras, pois eles nem sequer o ouvem. Em outras palavras: numa autêntica prova de que acreditam que Lula é infalível, os adoradores dele assinaram-lhe uma procuração concedendo-lhe plenos e absolutos poderes.
No início do parágrafo anterior afirmei que eu estava, com ele, a encerrar este piruá; de fato estava, mas aí pensei no seguinte: Estou a pensar, e a pensar, e a pensar, e não sei o que pensar a respeito da relação entre Lula e seus adoradores, que votam nele independentemente do que ele faça. É um caso a se estudar. E se anteciparem as eleições para daqui noventa dias, muitas pessoas que hoje reclamam do preço do arroz, do preço do feijão, do preço do tomate, votarão no Lula, pois não detectam uma relação de causa e efeito entre a política do governo Lula e o aumento dos preços dos alimentos. Se o Lula disser, sobre o palanque "Brasileiros e brasileiras, vote ni mim que eu vô dá pocêis filémiôn. O rico cóme filémiôn, então no meu governo ocêis pobre tamém vão comê." de cara ele ganha sessenta milhões de votos. Penso bobagem?! Talvez. Quem sabe?! Se o que vejo em meu entorno é um fenômeno encontradiço em todo o Brasil... Tâmo lascado!