O imperialismo, etapa superior do capitalismo
O IMPERIALISMO, ETAPA SUPERIOR DO CAPITALISMO
VALÉRIA GUERRA REITER
“Traduzido em linguagem comum, isto significa: o desenvolvimento do capitalismo chegou a um ponto tal que, ainda que a produção mercantil continue “reinando” como antes, e seja considerada a base de toda a economia, na realidade encontra-se já minada e os lucros principais vão parar aos “gênios” das maquinações financeiras. Estas maquinações e estas trapaças têm a sua base na socialização da produção, mas o imenso progresso da humanidade, que chegou a essa socialização, beneficia ... os especuladores.”
O trecho acima é extraído do livro O Imperialismo, Etapa Superior do Capitalismo, escrito por Vladimir Ilyich Lênin.
Os gênios das maquinações financeiras, estão à solta, e você, eu e tantos, e outros “ludistas” estamos em estado de ingenuidade. Eles ficam aqui, bebendo, fumando, ou nem isso, já que o valor minguado do salário-mínimo brasileiro já é consumido pelo “escravo trabalhador”, bem antes de chegar em suas mãos calejadas de cada operário. O operariado professoral, que o diga, no Estado do Rio de Janeiro.
México - US$ 1,4
Brasil - US$ 2,2
Rússia - US$ 2,6
Colômbia - US$ 2,9
Eslováquia - US$ 3,2
Chile - US$ 3,2
Costa Rica - US$ 3,5
Letônia US$ 4,3
Estônia - US$ 5,6
Grécia US$ 5,8
Tabela de publicada no Estadão, em 2022.
A tabela acima, mostra a posição do Brasil, atrás do México, com menor salário-mínimo. Tal fato, por certo ocorre em decorrência do Imperialismo, que preserva a desigualdade, como mola mestra de seu progresso.
A perversa política desenvolvimentista de exclusão e inclusão, faz vítimas há muito. A segregação está escondida sob vários nomes fantasia: MÉRITO, MICROEMPREENDEDOR, CARTEIRA DA PESSOA IDOSA, DIREITOS HUMANOS etc.
“Além de permitir à elite se justificar de ser o que é, a ideologia do dom, chave do sistema escolar e do sistema social, contribui para encerrar os membros das classes desfavorecidas no destino que a sociedade lhes assinala, levando-os a perceberem como inaptidões naturais o que não é senão efeito de uma condição inferior, e persuadindo-os de que eles devem o seu destino social (cada vez mais ligado ao seu destino escolar) à sua natureza individual e à sua falta de dom”. Neste trecho, Pierre Bourdieu, analisa a situação da desigualdade escolar, e consequentemente social, como alerta real.
O termo imperialismo já revela em sua etimologia sua intenção: poder supremo. Lênin, em outro trecho do livro O imperialismo, etapa superior do capitalismo relata: “A substituição do velho capitalismo, no qual reina a livre concorrência, pelo novo capitalismo, no qual domina o monopólio, é expressa, entre outras coisas, pela diminuição da importância da Bolsa. “Há já algum tempo - diz a revista Ide Bank - que a Bolsa deixou de ser o intermediário indispensável da circulação que era dantes, quando os bancos não podiam ainda colocar a maior parte das emissões nos seus clientes. - (1
“A operação fundamental e inicial que os bancos realizam é a de intermediários nos pagamentos. É assim que eles convertem o capital-dinheiro inativo em capital ativo, isto é, em capital que rende lucro; reúnem toda a espécie de rendimentos em dinheiro e colocam nos à disposição da classe capitalismo.”
“O monopólio, uma vez que foi constituído e controla milhares de milhões, penetra de maneira absolutamente inevitável em todos os aspectos da vida social, independentemente do regime político e de qualquer outra "particularidade".
Poder e controle, mantendo o status quo dos seus escravizados, dos fustigados de uma patente sistema desigual e combinado: “A teoria do desenvolvimento desigual e combinado é interessante não apenas por sua contribuição à reflexão sobre o imperialismo, mas também como uma das tentativas mais significativas de romper com o evolucionismo, a ideologia do progresso linear e o eurocentrismo. Segundo Ernst Mandel, trata-se provavelmente da maior contribuição de Trotsky à teoria marxista. Escrevendo antes da era imperialista, Marx não podia dar conta de um problema diretamente ligado à expansão mundial do capital. Pode-se encontrar, no entanto, em alguns de seus escritos, pistas interessantes sobre a maneira pela qual uma forma de produção dominante exerce a sua hegemonia sobre as outras