A Democracia Na Balada
Está implantada no Brasil a democracia relativa, retroativa, superlativa, não inclusiva, supremacista. A democracia das elites sem povo, das aparências globais, dos cenários novelísticos. A democracia das narrativas atrativas, mas sem pé nem cabeça.
Nesta democracia o povo é um fator de menor importância. Serve apenas para a estética do regime. Quem manda de verdade é quem não teve nenhum voto, mas que se auto proclamou com o poder absoluto da caneta de ouro corrompida.
O suposto presidente, liberto das amarras da lei que o prendeu, por corrupção, é um fantoche nas mãos de um sistema que dita as leis e normas de acordo com seus interesses pessoais e conveniências.
A constituição está morta, viva a nova constituição que emerge como uma hidra de onze cabeças, quando o que prevalece é a interpretação de cada cabeça e não mais as letras da lei.
Está certo que não se pode invadir e depredar prédios e patrimônios públicos. Estamos todos de acordo que a violência gera mais violência, e que não serve aos interesses coletivos de uma DEMOCRACIA com letras maiúsculas.
Estamos de acordo que quem quebrou tem que pagar dentro do devido processo legal, considerando-se o legítimo e amplo direito de defesa, de todas as normas que regem as leis e os acordos internacionais como conquistas civilizatórias.
Não há consenso do entanto que, da mesma forma não se pode depredar e violentar a constituição, o devido processo legal, as prerrogativas dos advogados, a livre manifestação do pensamento, a liberdade de expressão. Estas questões na democracia relativa, fica ao cargo daqueles se auto afirmam como o oráculo maximo da verdade e da justiça.
São os seres iluministas estrategicamente postados em torres de cristal, olhando para o mundo dos reles mortais e ditando suas normas de vida e morte.
Altistas, supremacistas, inexpugnáveis, detentores de sua realidade paralela, donos da verdade mais absoluta, olhando para gueto do povo sem cidadania e sem consciência e jogando seus dardos mortais e decisões definitivas e sem contestações.
Talvez este seja o preço a pagar por uma sociedade sem brios, sem coragem para reagir, isenta de valores morais e galhardia, que caminha para o cadafalso, com olhar atento ao que se passa na novela, no BBB e no JN.
No seu pensamento íntimo, quem sabe, não importa se quem está sendo preso ou morto seja o “outro” ainda que inocente.
A história nos ensina que muitas ditaduras começaram com esta conversa mole de defesa da democracia e do estado e direito e escalaram para algo monstruoso. Quem as defende hoje pode ser a próxima vítima amanhã. Um exemplo nosso é, o que é chamado hoje de golpe militar, foi apoiado pela rede Globo como uma ação legitima da sociedade contra a implantação do comunismo no Brasil. Este processo descambou para a polarização com os dois lados da guerra cometendo excessos.
A mesma história também nos mostra que muitas destas ditaduras têm fim trágico. Algumas, no entanto prevalecem por muito tempo, enquanto seu povo pacifico, ordeiro e passivo, espera que o fruto envenenado caia de Maduro.