Uma Reflexão - Emil Hácha
OBS: O Texto expressa uma visão do Autor diante dos Documentários Internacionais e Leitura de MAIOR conclusão Comtemporânea sobre o Assunto. Pois não há lados preferêncial para o Autor.
A História sempre me fascina.
Um dos meus interesses principais é explorar a história através de textos, livros e vídeos etc. Saber dos fatos, invenções ... As versões de ambos os lados, o real e a ficção. Lendo arquivos e assistindo alguns documentários me deparei com um personagem pouco citado quando falamos sobre a Segunda Guerra Mundial. Dr Emil Hácha.
Não sou um expert em história, muito menos tenho Formação, mas assim como você, tenho a informação. Gostaria de falar um pouco sobre este senhor, que em sua velhice teve de enfrentar momentos tenebrosos até o final de sua vida.
Emil Hácha foi um advogado, juiz e político tcheco em resumo, no período em que estudou e seus interesses em questão, nota-se uma personalidade de intelecto considerável ressaltando seus níveis academicos e social. Além de um admirador das culturas, traduzia obras internacionais para o seu idioma tcheco, esposo e pai teve seus momentos, assim como todos nós que partilhamos algo em comum na vida humana.
Quando ouvimos falar sobre a Segunda Guerra Mundial temos por conhecimento o seu início datado em 1939, porém a semente plantada após o final da Grande Guerra viria a germinar expondo a corrida armamentista dos "vitoriosos e derrotados", assim o confronto não necessitou de apertos nos gatilhos para ter seu início, a guerra ideológica e sem escrúpulos já havia começado.
A ambição territorial e a necessidade da Alemanha de recursos valiosos no mercado, tanto em questões financeiras como em matéria-prima, colocaram a Tchecoslováquia nos planos primários de Adolf Hitler. Sabe-se que Hitler era um admirador da arquitetura, e Praga tinha uma beleza notável, com isso podemos deduzir que bombardea-la não era uma opção. A abordagem agressiva foi substituída por um plano estratégico que teve por parte a Conferência de Munique em 29 de setembro de 1938, onde representantes da Grãn-Bretanha, França e Itália estiveram reunidos em Munique a pedido do ditador nazista que requeria as regiões tchecas povoadas pelos Sudetos. Sem nenhum representante tcheco na Conferência das potências o acordo foi selado, somando assim mais uma conquista para ditador nazista.
Após a conquista dos Sudetos e a cooperação nazista na independência da Eslováquia, era apenas uma questão de tempo para os nazistas ocuparem todo o território tcheco, isso foi um dos possíveis motivos no qual o então presidente tcheco Edvard Benes exilou para a Grãn-Bretenha.
Idoso e com a saúde fragilizada Dr Emil Hácha que perdera sua esposa em 1938, ainda assim neste mesmo ano, com uma posição importante na corte de seu país foi o indicado a substituir Benes no cargo de presidente da Tchecoslováquia, justamente em um momento crítico na história daquela nação. As principais potências europeias na eminência da guerra, os desejos doentios da ideologia nazista, o isolamento territorial e a "entrega" do povo tcheco pelos Aliados (Acordo de Munique).
- Este realmente não foi um bom momento para qualquer um que estivesse no cargo de presidente daquele país.
Hácha foi convidado/forçado ir a Berlin em 1939, para decidir sobre os termos da Boêmia e Morávia, além de todo o território da Tchecoslováquia. - Poderíamos imaginar o que se passava em sua mente ? Um senhor já velho em um trem viajando para qual destino ? Tendo que representar uma nação inteira já cercada por seus inimigos, sendo explorada por suas riquezas naturais, sua localização. Um senhor idoso que acabara de perder sua esposa, tendo que olhar em volta de seu país e ver a ameaça da germanização, o possível fim da língua tcheca e a veemência contra a juventude academica e futura de sua nação. O que ele poderia fazer !?
Quando Hácha chegou na capital alemã precisou testar a sua paciência ao esperar cerca de duas horas o líder alemão vir a seu encontro. Hitler que estava em um evento de entretenimento, não demonstrou qualquer respeito para com o presidente tcheco, muito menos deu importância a sua idade avançada. Os momentos de tensões que seguiram, o esnobe líder alemão acompanhado de seu braço direito Herman Goring apresentaram os termos, há relatos que o velho Hácha demonstrou resistência mas foi chantageado por Goring quando disse que o presidente tcheco aceitaria o acordo e cooperaria ou veria seu país ardem em chamas. - O que você faria ? Em seguida Hácha sofreu um ataque cardíaco nesses momentos, Hitler autorizou seu médico pessoal a lhe prestar assistência médica, e então lhe aplicaram uma injeção, sob o efeito da dose o acordo foi aceito - O velho foi forte, sobreviveu, o que ele ainda poderia fazer em prol de sua nação ?
Os termos foram aceitos, os nazi tinham carta branca para desfilarem nas ruas tchecas, assim foi estabelecido o Protetorado da Boêmia e Morávia sob a liderança de um representante governador alemão nazista. O governo tcheco foi enfraquecido, serviu de fantoche para o Reich, então o que mais Dr Emil Hácha poderia fazer para a sua nação ?
“Pelo que fiz, a Nação me chamará de traidor. Mas que outro caminho eu poderia ter escolhido ? Se eu não tivesse feito isso, eles teriam matado todos nós”, confessou Hácha aos seus entes queridos.
Com o exemplo da Polônia podemos refletir sobre um possível "Não" de Hácha, um massacre completo com cidades devastadas, evacuações e a história escrita em seus livros se dissipando em fogo.
- Embora a cooperação entre Hácha e o governo de Hitler trouxesse a morte para algumas classes que viviam alí, para mim Hácha procurou amenizar os estragos que a ocupação nazi traria sobre o território tcheco, quando aceitou o termos mas não jurou lealdade a Hitler, procurou combater a germanização, o ataque a língua tcheca, libertação de prisioneiros universitários entre outros, evitou alguns massacres, de certa forma apoiou a resistência, nos momentos difíceis ele fez o que pode. Mas também não digo que ele foi um inocente, estava em um papel muito difícil.
Todas as nações estavam sob um momento crítico, algumas mais que outras, alianças falidas, nações isoladas, ideologias, mortes, a história da Europa mais uma vez estava sendo escrita com sangue.
Dr Emil Hácha ainda viu o fim da guerra, mas foi preso pelo Exército Vermelho, morreu em 1945 no hospital prisão Pankrác, antes sem direito a argumentar ou sequer um julgamento. Sua única filha Marie Háchová o sepultou no cemitério Vinohrady em Praga, a capital a qual ele evitou a destruição.