"Mais uma guerra"
O mundo contemporâneo se depara com mais uma guerra, infelizmente. Enquanto os conflitos entre Ucrânia e Rússia perduram por quase dois anos, eclodiu, mais uma vez, um sangrento combate entre judeus e palestinos onde se encontra geograficamente o Estado de Israel. O Oriente Médio, berço das três maiores religiões monoteístas do mundo, era para ser um lugar sagrado, de fato, onde reinasse a paz e a tolerância, tanto sob o ponto de vista étnico, quando religioso. Tanto o Judaísmo, o Cristianismo quanto o Islamismo, tem, na sua origem, segundo relatos, a descendência de Abraão. Mas este fator em comum não une as três religiões, pelo contrário, as separam.
Em nosso país, vejo muita gente tomando partido por um lado específico do conflito, motivados pela ascendência judia de Jesus Cristo, bem como pelas covardes intervenções dos grupos terroristas árabes. Lembro que naquela região os Cristãos são minoria, e sofrem perseguições de ambos os lados: dos extremistas islâmicos, bem como dos judeus ortodoxos. Porém, pouca gente parece ter conhecimento da segunda informação. Todavia, basta uma pesquisa mínima para ver que o Estado judeu, sob o governo de Benjamin Netanyahu pouco tem feito a respeito, beirando a total omissão. Quanto ao contra-ataque, o mesmo é obviamente inevitável, porém, muitos inocentes muçulmanos também estão perdendo suas vidas de forma desumana e covarde.
Lembremos que o atual Estado de Israel surgiu em meio à grande influência britânica na região em meados do século passado, e, com a chancela da ONU, fatiou-se a Palestina em duas partes distintas, o que gerou imensa insatisfação dos países árabes. Israel, tornou-se, portanto, uma ilha judia em meio a inúmeras nações muçulmanas. Os conflitos são uma constante ao longo destas quase oito décadas, e a reivindicação de um Estado oficial palestino é legítima, porém, é claro, contesta-se os métodos bárbaros, covardes e sanguinários dos terroristas muçulmanos.
Acho superficial tomar partido de um dos lados. O cenário geográfico-histórico dos conflitos é complexo demais para uma conclusão, e penso que a postura mais correta é clamar fervorosamente pelo cessar fogo e redução de danos, já que pedir a instauração da paz, parece ser Utopia.
China e Rússia adotam o discurso pró criação do Estado Palestino, e o Irã, por mais que negue, está por trás dos ataques terroristas. Os Estados Unidos e as principais forças ocidentais são aliados históricos dos Israelenses. Mediante divergências entre grandes potências ideológicas econômicas e bélicas, acho sensato temer os desdobramentos do conflito e não alimentar um ódio milenar, que tantas pessoas já fez sofrer. Peçamos a interrupção do embate, exatamente para que esta guerra pontual não se espalhe pelo globo e nos atinja de forma mais direta. É o que penso.
* O Eldoradense