Qual a origem do conflito entre Israel e Palestina?
É essencial recordar que a fundação de Israel teve lugar após os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Nesse período, a Organização das Nações Unidas (ONU) delineou a divisão da Palestina em dois Estados distintos: um destinado à população judaica e outro para os palestinos. Contudo, Israel obteve um território mais extenso e com melhores recursos naturais do que o Estado palestino.
Essa divisão incluiu a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. Na época atual, Mahmoud Abbas lidera a Autoridade Nacional Palestina (ANP), sucedendo a Yasser Arafat. De outro lado, como é sabido, a Palestina é reconhecida como o berço de três das religiões mais significativas do mundo: o cristianismo, o islamismo e o judaísmo.
No século XX, especificamente no ano de 1967, Israel ampliou suas fronteiras ao vencer a Liga Árabe, composta por palestinos, egípcios, árabes, sírios e líbios. A insatisfação dos palestinos com a perda da Cisjordânia e da Faixa de Gaza culminou na chamada intifada, período de revolta marcado pela utilização de meios rudimentares de resistência, como pedaços de madeira e pedras.
As disputas entre palestinos e israelenses concentram-se, sobretudo, nos territórios da Faixa de Gaza, da Cisjordânia e nas cidades sagradas, notadamente Jerusalém. Um dado importante: quem financia o poderio israelense? Resposta: os EUA. Sem os estadunidenses, a guerra entre palestinos e israelenses não seria absurdamente tão desigual.
Para pressionar a retirada dos invasores israelenses de suas terras, o grupo Hamas, representando um movimento de resistência islâmica, recorre ao terrorismo. O grupo preconiza a formação de um Estado árabe independente. O que é legítimo e necessário. Quanto à ONU, ela fecha os olhos e tapa os ouvidos para os palestinos. E não à toa, o conflito vai se arrastar e fazer incontáveis vítimas dos dois lados. Um fato lamentável, os palestinos levam a pior no conflito.
Para concluir, faço minhas as palavras de Ricardo Melo: ''Israel foi concebido no rearranjo entre as grandes potências que se seguiu à Segunda Guerra Mundial. É uma obra artificial, construída desde o início com mortes, expulsões, humilhações e convulsões. Os palestinos desalojados e tratados como cidadãos de segunda classe nunca deixaram de lutar contra a opressão. Batalha inglória. Tratou-se sempre, como atualmente, de um combate contra interesses muito maiores do que a extensão geográfica da região faz supor.''