O MOEDOR DE CARNE, O SUPERÁVIT PRIMÁRIO E A FALA DO LULA NA ONU
O Brasil existe para metade da população; a outra metade que se dane, escravizada, dominada e infinitamente empobrecida.
A desigualdade brasileira é um projeto aristocrata de sempre.
O ódio ao Lula é porque ele insiste na inclusão dos 50% de brasileiras e brasileiros fora do projeto elitista.
Por isso não há investimento privado, não há projetos de longo prazo, a indústria patina, a educação é precária, a saúde é meia boca e inexiste um consistente Projeto de Nação para o Brasil.
A meta de sempre é o superávit primário que garanta as especulações e o rentismo financeiro, que sustenta os ricos, e suporta a inclusão da classe média e setores especializados do trabalho, incluindo a elite e núcleo médio dos servidores públicos, civis e militares, no que contempla cerca de 105 milhões de brasileiros.
E os outros 105 milhões?
Que disputem as migalhas, as sobras, o salário mínimo, o bolsa família, projetos de renda mínima e a solidariedade, que ainda aflui de alguns, da outra banda, ora, mas é este o Estado-Nação que queremos?
É esta a sociedade que achamos que vai se desenvolver e incluir os excluídos e superar as desigualdades?
Eu, francamente, não acredito nisso!
O cara que está na Delfim Moreira (Leblon) não está nem aí para o que está na Regeneração (Bonsucesso).
Termos um Lula clamando por soberania, e fim das desigualdades, na ONU é muito importante, mas sabemos que para a aristocracia, a casa grande, a casa média, e os fundamentos do capitalismo, é sopro em bexigas-de-festas, que alguns vêem como enfeites, porém logo esvaziam ou estouram.
A elite aristocrática segue incólume, a classe média segue fazendo média e o sistema produzindo desigualdades.
Nesse contexto, pode até se falar em taxar milionários, mas o que de fato segue em curso é o superávit primário, que contenha a ânsia por direitos dos desvalidos, e mantenha o "moedor de carne", que é a base do capitalismo produtor e mantenedor das desigualdades.