Metanálise Clínica Tridimensional: Direita ou Esquerda?
A Meta-abordagem
Nem direita nem esquerda, nem centro, a Metanálise Clínica Tridimensional é dinâmica, tem uma proposta que visa aplicar a ética aristotélica e o noodiagnóstico de Constantin Nóica à psicoterapia clínica.
Ela visa integrar os dois vetores germinais do desenvolvimento humano, o eu social e o eu individual, determinando o produto dessa síntese, positivando-o no mundo de forma equilibrada.
A sua prática clínica busca a superação das alienações seja de qualquer natureza, política, religiosa, científica, cultural, evitando cair contudo no purismo da ahorecia, recusa das determinações.
Embora adote uma postura de resgate e conservação das riquezas da tradição e da alta cultura a superação da cosmovisão hegemônica, a Metanálise Clínica Tridimensional não olha para o indivíduo senão como pessoa que é, evitando reforçar estigmas que desviem o paciente de seu centro insubornável.
O Metanalista Clínico Tridimensional é responsável por garantir os direitos fundamentais da pessoa humana, receber a todos de forma amorosa, independentemente de posição política, ideológica, crença, sexualidade, raça, etc.
O paciente, independente de quem seja, deve esperar e estar disposto a ser confrontado e empurrado para fora da zona de conforto, para além das resistências e preconceitos que convergem no estado adoecido.
O Idealizador
Yuri Mc Murray é um discípulo do filósofo Olavo de Carvalho, que é considerado um dos principais expoentes do conservadorismo no Brasil. Olavo de Carvalho defende valores como a tradição, a família, a religião, a liberdade individual e a soberania nacional. Ele também critica o marxismo, o globalismo, o progressismo e o relativismo moral como ameaças à civilização ocidental. Yuri Mc Murray segue a mesma linha de pensamento de seu mestre, e aplica seus conceitos à psicologia e à terapia.
Yuri Mc Murray também é influenciado pela fenomenologia, uma corrente filosófica que busca compreender a essência das coisas a partir da experiência vivida. Ele usa a fenomenologia como uma forma de acessar a intuição, que ele considera uma fonte superior de conhecimento e de saúde mental. Ele critica a ciência moderna por se basear apenas na razão e na empiria, e por fragmentar a realidade em partes desconexas. Ele propõe uma visão orgânica e dialética da realidade, que integra corpo, mente e espírito.
Yuri Mc Murray simultaneamente crítico e adepto da psicanálise, embora a integre em sua psicoterapia, a crítica por negar a existência de uma ordem transcendente do ser, por se unilateralizar na ideia da individualização negando o impulso holista, fazendo com que com alguma frequência o paciente se permita conduzir ao que se denomina Acatolia, a negação das generalidades, uma dentre seis noopatologias espírituais possíveis. Ele propõe uma metanálise clínica tridimensional, que integra simultaneamente a intuição e a razão, a experiência concreta e o conceito, o dinamismo e o estático, o ser e o devir.
Portanto, pode-se dizer que o autor tem uma posição política conservadora, fenomenológica e metanalítica, que busca resgatar os valores tradicionais, a integridade do ser humano e a conexão com o transcendente.