O PESADELO NO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO
O PESADELO NO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO
Imaginar que o dia não proclama um outro dia, em que a liberdade brilhe além das quatro paredes do confinamento, onde inocentes como gado no curral tentam sobreviver. As celas por não serem suficientes misturam presos de todos os quilates - assaltantes, estupradores, criminosos, drogados e todo tipo de má sorte. Gente que nunca teve ideia do que seja o ambiente de um presídio, onde o humano parece bicho - de olhos esbugalhados parecendo querer trucidar homens, mulheres e crianças. Os banhos de sol sendo realizados por ordem em grupos separados, e como o contingente de pessoas é muito grande, mesmo com o tempo de duração de uma hora, às vezes ficam até três dias sem tomar o banho de sol. O medo sendo uma constante, e porque não dizer do risco de vida que correm os mais incautos, diz a denunciante: “a cadeia está pesando”, a comida sem proteínas, às vezes ração de soja, sujeira de todo o tipo, o que tem afetado a saúde, e muitos já perderam dez quilos de peso. Vive-se o pesadelo do campo de concentração, difícil de ser imaginado por quem está de fora. Os bandidos são soltos, mas os demais prisioneiros políticos vivem sem o mínimo de humanidade. A cobrança tem pesado sobre os ombros dos parlamentares, onde o clamor não cessa, dia e noite sem poder dormir direito, o apelo veemente para que algo seja feito, antes que seja tarde demais. Nenhuma dessas pessoas de bem tem estrutura para suportar o que jamais imaginariam passar em toda as suas vidas. Em Brasília, a sociedade vive de uma amargura onde opera o medo, a injustiça e as constantes ameaças. Pelas ruas as pessoas que passam, mantêm olhares tristes, como de alguém tendo saído de uma caverna, ao contrário do que pensou Platão na alegoria do mito da caverna, onde queria ilustrar a natureza da realidade e a busca da verdade. Estas pessoas inocentes não foram criadas numa caverna, elas sempre tiveram o brilho do sol podendo mover-se de um lado para o outro, percorrer os caminhos de uma vida confortável e livre, sendo este, o mundo que sempre enxergaram no seu projeto de vida. Ao contrário de tudo isso que passou pela cabeça de Platão, homens maus aprisionaram sonhos, feriram as almas dessas pessoas livres e de bons costumes. Nessa tortura a que são submetidos, as sombras que são projetadas nas paredes são fantasmagóricas e cada vez mais assustadoras ao tempo que os dias não passam. Essas pessoas não tinham conhecimento do mundo escuro das prisões, onde a realidade projetada em muito difere do mundo em que viviam e sonhavam viver com suas famílias, o pesadelo do campo de concentração lhes tem roubado a beleza que impulsiona a vida numa sociedade de homens e mulheres de bem. Por passarem a viver na escuridão da desesperança, a vida tem perdido o brilho, e quando não conseguem ver a luz, o que tem passado na mente de muitos é de que a vida está findando e por isso tentando o suicídio como solução. É relatado que das mulheres, seis delas já tentaram dar cabo da vida suicidando, todavia, sendo acolhidas pelas próprias companheiras de cela, onde se tem formado um sofrido companheirismo, tendo aprendido a chorar juntas. Certamente que, em mais dias ou menos dias, o mundo conhecerá a desgraça causada pelos desmandos de uma das ditaduras mais cruéis do que tantas conhecidas do passado. O povo brasileiro, não construiu nenhuma história grave de intolerância, até a chegada da esquerda comunista no poder. Muitos foram mortos pela ambição do poder, e isso assusta, e o pesadelo no campo cheira morte.