BRASIL, SEM PAVRAS E SEM VOZ

BRASIL, SEM PAVRAS E SEM VOZ

Não sei se daria certo para aqueles que dependem do uso das palavras e também de alçar a sua voz quando em detrimento da comunicação e da escrita ou falada, fosse usado os sinais de libras? Pois que está ficando cada vez mais difícil sobreviver sem uso do nosso vernáculo. Temos que ficar vigiando a todo instante no que havemos de escrever e do que havemos de falar – aos poucos estamos sendo vilipendiados, ultrajados, onde se viu em qualquer país do mundo a exclusão de palavras, frases que não podem ser faladas ou escritas? Que horror! Querem nos tirar até a nossa língua, que por sinal é tão rica? Estamos ficando sem palavras e sem voz, desde que elas tenham algum significado que contrarie ou indiquem ser ofensa aos nobres. Por exemplo, se digo a palavra ladrão. Que significado vem à mente de todo brasileiro? Aliás, o mundo inteiro sabe que essa é a palavra da vez, que tem andado pelo mundo. Veja que é um tremendo exercício para se falar de uma situação que nos incomoda o tempo todo. Sendo assim, quem de nós não entenderia, mas é frustrante. Em outra situação, se eu dissesse de um personagem por demais odiado no Brasil e não pudesse falar o seu nome, teria que dizer mais ou menos assim: Ele foi um importante rei da Macedônia, que viveu no século 4 a. C. Em apenas 33 anos de vida, o Grande formou um enorme império. Estaria falando de quem no Brasil? Penso que assim, poderia me referir do causador de toda a desgraça no Brasil, ou será que mesmo desta forma estaria correndo risco? Um Brasil sem palavra e sem voz estaria sendo construído? Certamente que seremos muito bons em construção de uma linguagem por charadas, incógnitas – num salve-se quem puder. Ou quem sabe na construção de códigos como faziam antigamente os adolescentes quando tinha que escrever ou falar seus “causos” secretos com a mudança das vogais entre as consoantes. Parece patético, não! Creio que é mais ou menos isso que querem que sejamos, ou patéticos ou linguistas craques nos jogos de palavras, códigos, charadas ou sinais. Acho que estou ficando biruta. Não dá para falar sério, é sofrimento demais, é pesado demais, ficar insistindo no mesmo assunto (política), mas por incrível que pareça quando escrevo e submeto meus escritos ao público, se mudo de assunto a curva desce, e se mantenho as análises políticas, a curva sobe. Não é incrível? Se mudo o assunto para Teologia e falo do grande amor de Deus aos homens, a curva desce, mas se falo das artimanhas do Diabo no mundo, a curva sobe. Que droga! Uma droga mesmo, fazendo crer que que o mal tem sido mais interessante, ou quem sabe preocupante. Parece que esqueceram das flores, dos passarinhos, dos sorrisos, dos abraços, quando tudo isso nos fala, nos dá entendimento acerca das coisas que nos cercam. E porque não, o sentimento carinhoso pelas pessoas do nosso lado, quando não nos custa nada esboçar um sorriso, ou talvez um bom dia. Tudo isso nos preocupa, quando vemos o nosso povo, antes conhecido por ser espontâneo, alegre, e agora se tornando triste, encabulado, de poucas palavras, sem voz. Por favor! Se nos roubam as nossas riquezas, pelo menos nos devolvam o direito do uso das palavras, nos deixem pelo menos expressar o nosso sofrimento, gritar, tirar de dentro de nós essa angústia que nos consome. Não temos como sobreviver desse jeito, nos devolvam a liberdade de expressão, não queremos construir um país sem palavras e sem voz.